São cada vez mais raros os que ainda insistem em atribuir a pecha de “mito” a Jair Bolsonaro. Basta ir a fundo no que diz e no que faz para ter a certeza de que, na verdade, o despreparado presidente é um mitômano: pessoas com compulsão em mentir.
A falácia da vez, revelada pelo O Globo, é o fato de o atual mandatário da república e seus filhos Flávio, Carlos e Eduardo terem empregado ao menos 102 pessoas com algum laço familiar ou parentesco entre si, além de 37 funcionários com fortes indícios de que não trabalhavam de fato em seus cargos.
Em suma, a família não só iludiu seu eleitorado ao elevar à máxima potência a velha política de cabide de empregos como, ainda pior, transformou os gabinetes num grande reduto de funcionários fantasmas.
Os dados integram o mapeamento feito pelo jornal em diários oficiais e com uso da Lei de Acesso à Informação sobre todos os assessores parlamentares nomeados pela família desde 1991. Alguns casos já foram amplamente divulgados, embora estranhamente acabaram “esquecidos” pela Justiça.
Cadê o Queiroz?
Embora seja nítida a blindagem feita por parte do Judiciário ao clã, o povo ainda cobra respostas sobre o famoso caso de Fabrício Queiroz, motorista e ex-segurança da família que é alvo do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) pela movimentação atípica de R$ 1,2 milhão.
Sua ex-mulher, Márcia Oliveira de Aguiar, constou como assessora por dez anos e jamais teve crachá na Alerj, além de declarar-se “cabeleireira” em um processo de violência doméstica. Também é a situação de Nathália Queiroz, que trabalhou como personal trainer enquanto figurou como assessora de Flávio e também de Jair.
Entre os investigados pelo MP e que possuem indícios de que não trabalharam nos cargos estão dez pessoas ligadas à família de Ana Cristina Siqueira Valle , ex-mulher de Jair Bolsonaro. Todos eles tiveram cargos no gabinete de Flávio e moravam em Resende no período em que constaram como assessores.
No gabinete de Carlos Bolsonaro até nutricionista tinha cargo: Rafael Góes constou como assessor entre 2001 e 2008. Questionado se trabalhou no gabinete, também disse que “não”.
Da Redação da Agência PT com informações do jornal O Globo