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Brasil e Estados Unidos são recordistas em mortes por Covid no mundo

Com 7% da população mundial, Brasil e EUA somados responderam por 27% do total oficial de mortes por Covid no mundo (6,2 milhõe)

Site do PT

Bolsonaro, aliado do coronavírus

Está no site da Universidade de Medicina Johns Hopkins a “prova dos nove” da responsabilidade direta e indireta do Presidente da República do Brasil e de seus ministros e ex-ministros da Saúde: o País apresenta a maior taxa do mundo (312,3) de mortes por Covid-19 por 100 mil habitantes.

Não é coincidência os Estados Unidos (EUA) de Trump estarem em 2º lugar nesse ranking mundial, com 301,7 mortes/100 mil habitantes. Prova adicional de que fez muita diferença a falta de atuação presidencial correta no combate à Covid é a distância das proporções do Brasil e dos EUA, das dos demais países com grande quantidade de mortes: Itália (270,8), Reino Unido (258,6), México (253,8), Rússia (252,6), França (225,6), Espanha (223,4) e Alemanha (163,2).

Além das quantidades relativas de mortes dos dois países serem as maiores do mundo, elas são maiores também em termos absolutos: passados dois anos e meio do início da pandemia, os EUA atingiram total de 995 mil mortes, e o Brasil 664 mil (https://coronavirus.jhu.edu/map.html), em 3 de maio de 2022 – ressaltando que as quantidades reais, nos dois países, são muito superiores a esses números oficiais, fato comprovado pelas “mortes em excesso” em 2020/2022.

Com 7% da população mundial, Brasil e EUA somados responderam por 27% do total oficial de mortes por Covid no mundo (6,2 milhões). Esses recordes relativos e absolutos de mortes nos EUA e no Brasil explicam-se pela postura negacionista dos dois presidentes, ambos de extrema-direita, com comportamento público muito parecido – de total desprezo pela vida das pessoas.

As quantidades recordes de mortes por Covid nos dois países são consequência direta do que eles fizeram e deixaram de fazer, desde o surgimento da pandemia. Há enorme quantidade de registros de seus discursos e prognósticos coincidentes a respeito da pandemia.

Antes de ficarem famosos pelos recordes de mortes por Covid nos EUA e no Brasil, os dois líderes de extrema-direita eram conhecidos por mentir. Por isso, o velho ditado “contra fatos não há argumentos” corre o risco de ser atropelado pelas notícias falsas que propagarão, tentando fugir de suas responsabilidades no caso da pandemia, comprovadas agora pelos números, que serão utilizados nos tribunais nos quais serão julgados por seus atos e omissões no combate à Covid. (Lembrando que a Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a Covid no Brasil, em 2021, indiciou o presidente da República por nove diferentes crimes.)

A ironia, no caso de Trump e do presidente do Brasil, é que a China, o país que os dois mais atacaram, é comparativamente o que melhor cuidou da vida da sua população, fato comprovado pela menor quantidade de mortes por Covid (14.430), e a proporção de 1,2 morte por 100 mil habitantes – 260 vezes menor do que a resultante do desgoverno federal brasileiro.

Milton Pomar é geógrafo, professor e Mestre em Políticas Públicas e coordenador do Setorial das Pessoas Idosas do PT-SC.