Na avaliação do secretário nacional de Movimentos Populares do PT, Bruno Elias, haverá a intensificação da resistência e do povo nas ruas contra as medidas do governo golpista de Michel Temer. Em entrevista à Agência PT, ele também analisa o grande crescimento de adesão às causas sociais desde o início do processo de impeachment à presidenta eleita Dilma Rousseff.
“Está ficando mais claro para um conjunto cada vez mais amplo da população que o golpe não foi só contra a Dilma e o PT. Nós estamos vivendo uma situação de golpe contra o conjunto dos direitos da população e tendo retrocessos em todos os setores”, explica.
O PT e a Frente Brasil Popular, movimento que reúne diversas organizações de esquerda, têm cinco bandeiras de lutas prioritárias em 2017, explica o secretário. São elas: a resistência ao golpe e a luta pelas Diretas Já; a defesa de direitos sociais; a defesa das liberdades democráticas e contra o estado de exceção; a luta por uma reforma política estrutural no País; e, por fim, a defesa da soberania nacional.
Dentro das cinco grandes bandeiras, as organizações que fazem parte da Frente Brasil Popular vão se articular em jornadas de lutas e marchas durante todo o primeiro semestre.
Segundo Bruno Elias, há pontos prioritários nessas jornadas. No caso da luta pelos direitos sociais, sob o mote “nenhum direito a menos”, as ações serão em defesa do trabalho e dos direitos sociais em contraposição aos efeitos da emenda constitucional que congela os gastos públicos em setores essenciais durante 20 anos.
Além disso, haverá o enfrentamento à reforma da Previdência e também luta contra a flexibilização dos direitos trabalhistas enviados pelo governo golpista de Michel Temer ao Congresso no fim do ano passado.
Um outro ponto importante de luta, conta Bruno Elias, é defender justamente o direito dos movimentos populares saírem às ruas para defender suas conquistas.
“Há um conjunto de abusos do Judiciário, do Ministério Público, em relação a criminalização dos movimentos populares e do direito de manifestação. Há pouco tivemos a detenção arbitrária do Guilherme Boulos”.
Haverá também o enfrentamento à perseguição política e judicial contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Deve haver o direito de Lula ser candidato a presidente da República nas próximas eleições”, explica.
Reforma política
De acordo com Bruno Elias, é fundamental que haja pressão para a criação de uma Constituinte que formule uma reforma política estrutural ao País.
“Estamos passando por um processo de ataques contra a Constituição de 1988 e a retirada de direitos. Nós vamos precisar dar voz ao povo para reconquistar direitos e interromper esse processo de desmonte do estado brasileiro”.
Por fim, a defesa da soberania nacional será também defendida pelos movimentos populares, como as estatais – em especial a Petrobras – e os bancos públicos contra a sanha privatizadora do governo Temer.
“É a defesa da soberania nacional articulada com a proteção das nossas riquezas nacionais, nossa terra, nossos bens públicos, nossas riquezas, que também estão sendo ameaçadas pelo governo golpista”.
A luta, garante Bruno Elias, se tornará ainda mais forte daqui para frente.
“Caminhamos para um cenário de depressão econômica, crise política permanente e retrocessos sociais continuados. Essa situação faz com que a população comece a se dar conta dos retrocessos em curso e fortaleça cada vez mais a luta dos movimentos populares”.
Por Bruno Hoffmann, da Agência PT de Notícias