João Paulo: MST está em campanha em defesa de Lula e por Diretas Já

Coordenador do movimento explica prioridades do ano: lutar contra a retiradas de direitos e construir as eleições diretas e democráticas para a Presidência

(foto: Kamilla Rodrigues)

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, defende, em entrevista à Agência PT, que há três grandes temas norteadores das lutas do movimento em 2017: o enfrentamento às retiradas de direitos promovidas por Michel Temer, a luta pela reforma agrária e a defesa de antecipação de eleições diretas e democráticas para a Presidência da República.

De acordo com João Paulo, as antecipação eleitoral seria uma forma de evitar que haja uma eleição indireta, ou “um golpe dentro do golpe”, conforme já definiu a presidenta eleita Dilma Rousseff.

“Não podemos aceitar que o Congresso dê um outro golpe e faça uma eleição indireta. Se quer mudanças, que se convoque eleições diretas tanto para presidente quanto para deputado, senador, governador…”, afirma João Paulo.

Para o coordenador do MST, a perseguição política, midiática e judicial contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma forma de tentar inviabilizá-lo de se tornar, democraticamente, o próximo presidente do Brasil.

“Já está comprovado que há uma perseguição política, que usa métodos políticos, tanto para desmoralizar a figura do Lula na opinião pública quanto para criar um clima de que Lula é criminoso. Frente a isso, o MST está em uma campanha de solidariedade a Lula, em defesa do Lula, para garantir que ele tenha direito de disputar a campanha eleitoral em 2017 ou 2018”, diz.

“O Lula é a principal liderança que os trabalhadores construíram nos últimos 30 anos. É importante que façamos a sua defesa mas, acima de tudo, que possamos discutir isso junto com os trabalhadores”, complementa o coordenador do MST.

Nenhum direito a menos

Entre as medidas impopulares de Temer, João Paulo explica que a PEC de congelamento de gastos por 20 anos, a reforma da Previdência e a falta de programas para a reforma agrária são os temas que mais preocupam e inspiram a reação do movimento contra o governo golpista.

Para ele, o mote ‘nenhum direito a menos’ é, mais do que nunca, “atual e verdadeiro”. Em especial, o líder do MST vê com preocupação as consequências que a reforma da Previdência pode trazer aos trabalhadores do campo.

“Cerca de 40% da população rural vive de aposentadoria. Na medida que retiram a possibilidade dessa renda, se cria um problema no campo. Parte da população já não consegue trabalhar por ter começado a trabalhar muito cedo na roça”.

“Se quer fazer uma reforma, o governo que aumente os impostos sobre as grandes fortunas. Isso, sim, ajudaria a resolver o problema econômico do País, não tirar a aposentadoria dos mais pobres do meio rural”.

João Paulo destacou, ainda, que o governo ilegítimo não tem orçamento previsto para a promoção de reforma agrária e que não assentou uma família sequer.

“Estamos muito preocupados de essa pauta continuar sendo esquecida por esse governo golpista, e temos mais de 130 mil famílias acampadas pelo Brasil todo e que precisam de terra para trabalhar”.

Por fim, João Paulo garantiu que 2017 vai ser um ano de muita luta popular contra os retrocessos de Temer.

“Só é possível fazer mudança neste próximo período com o povo na rua. O MST vai convocar toda a militância para que possamos construir uma agenda unitária no campo popular. Iremos às ruas para que 2017 seja um ano diferente”.

Por Bruno Hoffmann, para a Agência PT de Notícias

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