Uma câmera que acompanhou os bastidores do G7 ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, flagrou o chefe-de-estado tecendo duras críticas contra o Jair Bolsonaro, acompanhado por outros líderes internacionais igualmente inconformados diante das atitudes do brasileiro.
Num programa que foi ao ar pela rede CNews no fim de semana, Macron conversa com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, sobre o fato de Bolsonaro ter chancelado uma ofensa contra sua mulher, Brigitte Macron.
A cena ocorre durante o almoço do segundo dia das reuniões, depois de uma coletiva de imprensa em que o francês criticou publicamente o brasileiro e disse torcer para que, logo, os brasileiros tenham outro presidente.
Foi Piñera, um dos poucos aliados de Bolsonaro, quem mostrou estar inconformado com o que o brasileiro fez em relação à primeira-dama francesa.
“Foi incrível”, disse.
Macron, respondeu: “Claro, eu tinha de reagir. Você entende?”
“Sim, eu concordo”, disse o chileno.
Macron então continuou a conversa. “Eu queria ser pacifico. Queria ser correto, construtivo com o cara (Bolsonaro) e respeitar sua soberania. Tudo bem. Mas eu não poderia aceitar isso”, justificou.
“Não!”, exclamou a chanceler alemã Angela Merkel que se aproxima e confirma, com a cabeça, a condenação diante dos comentários de Bolsonaro. Quem também está na roda de conversas é Donald Tusk, presidente do Conselho da Europa.
Macron não disfarça o mal-estar e insiste em atacar Bolsonaro.
“Você sabe que, quando meu ministro de Relações Exteriores foi la?”, perguntou a Piñera. “Ele (Bolsonaro) deveria o receber e cancelou no último minuto para ir cortar seu cabelo. E filmou a si mesmo. Desculpa. Mas isso não é a atitude de um presidente”, completou.
A crise entre Bolsonaro e Macron começou depois que o francês colocou o tema dos incêndios da Amazônia na agenda do G7 e sugeriu a internacionalização do assunto.
O vídeo, porém, revela o consenso que existiu entre os líderes internacionais ao desaprovar o ato do brasileiro. Bolsonaro, depois dos problemas envolvidos com sua atitude, apagou seus comentários nas redes sociais. E negou que tenha ofendido a primeira-dama.
Mas, há poucos dias, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a atacar, afirmando que a mulher de Macron “era feia mesmo”.