O Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas – NAPP, e o Setorial Nacional de Saúde do PT divulgaram análise da atual situação da pandemia no país e propostas para impedir sua evolução e atingir a vacinação capaz de controlar o quadro epidemiológico.
Entre as propostas está a necessidade da compra e da distribuição de vacinas aos estados e municípios, por parte do Ministério da Saúde, dentro do Programa Nacional de Imunização, em tempo oportuno, e em quantidade suficiente para garantir tanto as duas doses como a adoção da 3ª.
De acordo com o documento, “não superaremos a crise sanitária internacional sem enfrentar a desigualdade estrutural que assola o planeta”. Para os especialistas do Partido dos Trabalhadores, “o Brasil tem um papel fundamental para garantir vacinas para todos e que a saúde seja um direito universal”.
Veja a nota:
“O cenário epidemiológico atual em relação à Covid-19 no Brasil é marcado por incertezas, tornando-se difícil estabelecer com precisão qual será o comportamento da doença. Há consistente redução do número de casos e óbitos em todo o país, embora alguns estados continuem apresentando situações preocupantes, como o RJ, DF, GO e RS.
Por outro lado, a circulação da variante delta, o relaxamento da cobrança de medidas sanitárias (uso de máscaras, distanciamento físico e higiene pessoal) e a falta de informação para a população sobre a importância da adoção destas medidas por todos, inclusive os já vacinados, dificultam o estabelecimento de um prognóstico seguro, que indique o controle do quadro epidemiológico.
O ponto mais crítico, todavia, passou a ser a adoção de medidas de flexibilização do distanciamento social e o retorno das atividades cotidianas em contexto de baixa cobertura vacinal em brasileiros sem ainda doses completas da vacina (duas doses ou dose única).
Embora 62% já tenha tomado a primeira dose da vacina, menos de 30% da população está com vacinação completa. Isso significa que 149 milhões de brasileiros ainda não estão protegidos pela vacina e que, nos próximos meses, ainda estaremos distantes da almejada cobertura vacinal acima de 70 %, que consistentemente conseguiu controlar a Covid-19 em países que alcançaram tal meta.
Nesse sentido, o NAPP-Saúde e o Setorial Nacional de Saúde do Partido dos Trabalhadores, manifestam sua preocupação e alertam para a necessidade de adoção de medidas imperiosas visando:
- exigir que o Ministério da Saúde cumpra sua parte em relação ao Programa Nacional de Imunização, adquirindo e distribuindo aos estados e municípios, em tempo oportuno, as vacinas necessárias para garantir cobertura completa da vacina contra Covid-19, em quantidade suficiente para garantir tanto as duas doses como a adoção da 3ª. dose para reforço;
- a busca ativa dos que ainda não tomaram a 1ª. dose, bem como aqueles que não completaram a 2ª. dose, para que possamos atingir cobertura vacinal acima de 70%;
- garantir que a adoção da 3ª. dose (reforço) seja efetuada como direito de todos os brasileiros, a partir de critérios técnicos e científicos, com prioridade para idosos, imuno suprimidos e trabalhadores da saúde que atuam na linha frente;
Para tanto, será necessário, ainda: - lutar pela adequada destinação de investimentos em saúde, denunciando desde já a retirada de R$ 25 bilhões do orçamento da saúde em 2022 para atender a emenda do teto de gastos;
- resgatar a coordenação das ações de forma solidária e colaborativa entre os entes, tendo em vista o SUS ser tripartite, inclusive o financiamento emergencial para que estados e municípios possam manter as ações e o adequado funcionamento dos serviços;
- dar transparência no processo de tomada de decisão, em especial, as que devem ser pautadas pelos cientistas, orientado de forma única, protocolos para a retomada da economia, com especial atenção à volta às aulas e eventos de massa;
- adoção de campanhas publicitárias esclarecedoras, em especial da importância da vacinação, manutenção das medidas de distanciamento físico e uso de máscaras, combatendo as informações mentirosas que circulam pela internet;
- ampliar a testagem da população e aprimorar o monitoramento genômico no país como forma de acompanhamento das novas variantes;
- aprofundar as investigações no âmbito da CPI da Covid, no Senado Federal, para responsabilizar todos que contribuíram para que essa tragédia, que já resultou em mais de 580 mil mortos, nunca mais se repita em nosso país.
Por fim, cabe ainda destacar a importância de apoiar os organismos multilaterais e exigir que os países ricos se comprometam com os esforços da OMS para garantir o acesso das populações que vivem nos países de baixo ingressos, onde até o momento apenas 1,3% da população teve oportunidade de receber a primeira dose da vacina.
Não superaremos a crise sanitária internacional sem enfrentar a desigualdade estrutural que assola o planeta, e o Brasil tem um papel fundamental para garantir vacinas para todos e que a saúde seja um direito universal”.
Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas – NAPP Saúde e
Setorial Nacional de Saúde do PT