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Cuba vacinou 95% das crianças com mais de 2 anos contra a Covid

Ilha fabrica o próprio imunizante e conseguiu se manter protegida das fake news. Dados de pesquisas estando sendo encaminhados a revistas científicas e à OMS

Site do PT

Autoridades de saúde afirmam que não houve nenhum caso de morte ligada à vacina

Produtora da própria vacina, Cuba se tornou o primeiro país a completar o ciclo vacinal das crianças e adolescentes de 2 a 18 anos, informa reportagem publicada na terça-feira (1º) pelo jornal inglês The Guardian. Segundo o governo da ilha, mais de 95% dos cubanos nessa faixa etária estão completamente vacinados. 

“Embora a Covid afete as crianças de forma menos severa, elas são um importante fator de transmissão”, explicou, ao jornal, Gerardo Guillén, cientista que liderou a criação da Abdala, uma das vacinas desenvolvidas por Cuba. A ilha priorizou também  professores e demais profissionais da educação, para se preparar para a volta às aulas. 

Com essa estratégia, Cuba se torna um dos focos de atenção de cientistas no mundo todo. Segundo Guillén, a vacinação a partir dos 2 anos é, sem dúvida, um dos motivos que explicam a queda expressiva no número de infectados registrado recentemente na ilha. Além disso, o país conseguiu ficar praticamente livre das fake news, o que resultou na alta taxa de adesão da população à campanha de imunização. 

A vacina utilizada para proteger crianças e adolescentes foi a Soberana. As aplicações começaram após estudos de fase 1 e 2 com a Soberana 2 e a Soberana Plus, feitos com 350 pacientes entre 3 e 18 anos, não resultarem em nenhum efeito adverso grave. Ao Granma, jornal oficial do governo cubano, a doutora María Eugenia Toledo, responsável pelo ensaio clínico com a vacina, informou que, concluída a campanha de imunização, não houve registro de mortes pediátricas ligadas à vacina.

Agora, a comunidade científica internacional aguarda por mais dados. Os cientistas cubanos dizem que já enviaram os resultados de suas pesquisas para publicações científicas, que estando apenas pendentes de publicação. E, nas próximas semanas, todos as informações serão enviadas para a Organização Mundial da Saúde (OMS), para que o governo cubano obtenha autorização para exportar suas doses.

Da Redação