Partido dos Trabalhadores

Elas por Elas: Motivos para ocupar o Parlamento com mulheres

Maioria na população e no eleitorado, mulheres são sub-representadas nas instâncias políticas. Na Câmara Federal elas ocupam apenas 10,7% das cadeiras

Gustavo Lima/Agência Câmara

Mulheres são minoria no Congresso Nacional

Nas últimas décadas, o papel das mulheres no parlamento brasileiro cresceu em número e importância. Mas a representação política ainda permanece distante de atingir um patamar de equidade de gênero.

As mulheres compõem aproximadamente 52% da população e do eleitorado brasileiro, mas ocupam uma minoria de assentos no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras de Vereadores, prevalecendo, assim, a sub-representação política.

O PT tem quase 400 candidatas na disputa eleitoral deste ano. Os nomes das candidatas petistas para os cargos de governadora, senadora, vice-governadora, deputada federal e estadual estão disponíveis para consulta no site do projeto Elas por Elas.

Para conhecer as candidatas, basta clicar no cargo que deseja consultar e, em seguida, na localidade pretendida. Realizada a escolha, os nomes serão exibidos, acompanhados da foto e do número de urna.

A ocupação das casas legislativas com igualdade de gênero só pode ser viabilizada por meio do voto. Por isso, listamos alguns motivos para ressaltar a importância da eleição de mulheres parlamentares.

Representatividade

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva, divulgada no dia 27, mostra que 95% das mulheres não se sentem representadas pelos políticos em exercício.

As mulheres compõem aproximadamente 52% da população e do eleitorado brasileiro, mas ocupam uma minoria de assentos no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras de Vereadores.

Para se ter uma ideia, na Câmara Federal a porcentagem de representação feminina é de apenas 10,7%.

Você concorda que metade da população seja representada por uma minoria? Não dá, não é mesmo?

Mais direitos e políticas para mulheres

As mulheres são sub-representadas na política. Ou seja, quem expressa suas pautas e decidem sobre elas são as pessoas que ocupam esses espaços de poder e decisão, na sua grande maioria, homens, brancos e ricos, que legislam para atender seus próprios interesses.

Se uma vez eleitos políticos representassem seus eleitores de maneira equilibrada, o gênero deles não deveria ser motivo de preocupação. No entanto, a realidade é outra. Estudos feitos por economistas e cientistas políticos mostram que a identidade de quem governa tem um efeito enorme sobre o tipo de políticas públicas que são implementadas.

Combate à desigualdade salarial e de gênero

No Brasil, as mulheres ganham, em média, 23% menos do que os homens, sendo que essa disparidade salarial aumenta ainda mais quando se considera a remuneração das mulheres negras em relação a de um homem branco. A diferença chega a 50%. Ter mais mulheres no poder pode contribuir com essa mudança de cenário.

Melhores resultados na saúde e na educação

A eleição de políticas mulheres não muda só o tipo de gasto público, mas também gera efeitos significativos sobre resultados de saúde e educação. Essa é a conclusão de um estudo realizado pelas economistas Sonia Bhalotra e Irma Clots-Figueras na Índia.

As pesquisadoras descobriram que, em assembleias estaduais que elegeram mais mulheres, há uma redução significativa na taxa de mortalidade infantil neonatal. Além disso, localidades que elegem mais mulheres têm uma maior proporção de crianças que terminam o ensino fundamental.

Países com mais mulheres no governo enfrentam menos corrupção

Um estudo publicado no “Journal of Economic Behavior & Organization” pelos pesquisadores Chandan Cuma Jha e Sudipta Sarangi, do departamento de Economia da Universidade Virginia Tech Universidade nos Estados Unidos, apontou que a corrupção é menor onde mulheres participam em maior número no governo. A análise foi feita em mais de 150 países, entre eles o Brasil.

Exemplo para gerações futuras

A falta de representatividade feminina na política não importa somente porque as políticas públicas implementadas são enviesadas para as preferências do eleitor masculino. Ela também importa porque a falta de líderes femininas, e a imagem projetada por esse déficit, tem um impacto direto sobre as aspirações das meninas e suas escolhas.

Fortalecer a democracia

Democracia requer igualdade, logo, as pessoas afetadas pelas políticas públicas não apenas precisam ser incluídas no processo, mas devem ter os mesmos direitos e oportunidades efetivas de expressar seus interesses. Sendo assim, não existe democracia plena sem a participação efetiva das mulheres, em toda a sua diversidade.

Por Geisa Marques, da Comunicação Elas por Elas