Partido dos Trabalhadores

Em Brasília, Caravana do Semiárido consolida denúncia contra fome

Após percorrer cinco estados, movimentos sociais chegam ao seu último ato com agenda contra governo golpista e em defesa do ex-presidente Lula

Murilo Salazar

Caravana do Semiárido chega em sua reta final na capital Brasília

Após cerca de 4 mil quilômetros rodados, com cinco estados percorridos (Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Paraná), a Caravana do Semiárido contra a Fome chega em sua reta final com programação que deve consolidar as denúncias contra as políticas de retrocesso do governo ilegítimo de Michel Temer com diversos atos realizados em Brasília entre segunda e terça-feira (dias 6 e 7 de agosto).

Na capital, os integrantes da caravana já têm reunião marcada na Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) seguida de panfletagem na região central da capital com materiais informativos sobre o que tem acontecido no país, sobretudo com as comunidades do campo, desde o golpe de 2016.

O grupo também deve visitar os companheiros e companheiras que realizam Ato Extremo por Justiça e levar solidariedade aos seis militantes que estão fazendo greve de fome para exigir a liberdade imediata do ex-presidente Lula e lutar pela revogação de todos os desmandos promovidos por Temer.

Na sequência, os integrantes da caravana fazem uma pausa para assistir ao documentário Outro Sertão, que narra a experiência do escritor João Guimarães Rosa, autor de clássicos como Grande Sertão: Veredas, na Alemanha ainda sob a sombra do nazismo.

Na terça, a liderança da caravana entregará documento-denúncia da volta da fome durante reunião marcada com Conselho Nacional de Segurança Alimentar Nutricional (Consea). Os movimentos ainda aguardam retorno sobre audiência com um dos ministros do STF.

Balanço

Até aqui, o que se viu durante o percurso percorrido pelos mais de 100 integrantes de diversos movimentos sociais em dois ônibus só corroborou a iminente preocupação de praticamente todo o Brasil com a volta da miséria extrema – erradicada pela primeira vez na história do país em 2014, fruto das políticas sociais promovida durante os governos Lula e Dilma.

Isso explica porque Lula é o nome escolhido pelos integrantes da Caravana para recolocar o Brasil nos eixos. Além de prestar homenagem ao ex-presidente ao escolher Caetés (PE), sua cidade-natal, como ponto de partida, os militantes também reforçaram o apoio à sua candidatura quando em visita à Vigília Lula Livre em Curitiba. “Acreditamos que só a volta de um governo popular liderado por Lula pode revogar tudo o que tem acontecido no Brasil”, opina Alexandre Henrique Bezerra Pires, da coordenação da Articulação do Semiárido (ASA) e um dos organizadores da caravana

Para Pires, a receptividade dos movimentos sociais em cada um dos destinos tornou a viagem extremamente necessária em sua proposta de denunciar a volta da fome. “Todos os atos que fizemos tiveram adesão e participação local muito grande. A repercussão para fora da caravana também tem sido muito positiva, apesar de os meios de comunicação de massa ainda darem as costas para os problemas que estamos denunciando”, avalia.

Na capital federal, Pires espera que a luta seja consolidada. “Esperamos que a nossa luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras consiga ainda mais adeptos. Também queremos deixar claro nosso posicionamento contra o retrocesso e a não participação dos mais pobres no orçamento da nação promovidos pelo governo golpista”, conclui.

Por Henrique Nunes, da Agência PT enviado especial à Caravana do Semiárido contra a Fome