A Câmara de Vereadores de São Paulo recebeu nesta quarta-feira (22) o lançamento da Marcha das Margaridas 2019. Em plenário lotado com representação de mais de 18 entidades e movimentos que compõe a Marcha, o evento mostrou um pouco da força da 6° edição da atividade que ocorrerá nos dias 13 e 14 de agosto em Brasília.
Para Eleonora Menicucci, ex-ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres no governo Dilma, o maior desafio da Marcha das Margaridas de 2019 é fazer com que ela aconteça dentro do clima de ódio e intolerância (da gestão Bolsonaro), mas em paz. “O corte de direitos, o ódio imperando, sobretudo sobre nós mulheres, ocorre exatamente porque o fascismo precisa do patriarcado. O lugar de mulher no machismo é dentro de casa”, destaca Eleonora.
Junéia Batista, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Brasil, falou sobre a história da Marcha das Margaridas que tem como base a luta de Margarida Maria Alves, liderança assassinada na frente de seu esposo e filhos, por defender os direitos de trabalhadoras e trabalhadores rurais.
“O processo de auto-organização das mulheres por meia da Marcha, fortaleceu o feminismo e fez com que ele se tornasse uma ferramenta fundamental na luta de classes. A marcha não é só o momento em que se vai para Brasília, tem todo um processo anterior de formação e diálogo com os municípios e estados”, afirma Sonia Coelho da Marcha Mundial das Mulheres.
De acordo com Sonia, este ano a Marcha das Margaridas não entregará nenhuma pauta para um governo que não tem compromisso com as causas das mulheres. O caráter da Marcha fundamentado em 10 eixos é de resistência e denúncia contra o retrocesso no campo, na questão das terras indígenas, quilombolas e urbana.
A segunda mesa do evento coordenada por Cássia, secretária da juventude da União dos movimentos de moradia de São Paulo, contou com a participação da vereadora Juliana Cardoso, das deputadas estaduais Beth Sahão e Marcia Lia e de Martinha representando a deputada estadual professora Bebel Noronha.
Juliana Cardoso destacou que é fundamental colocar toda energia para a luta feminista. “Muita gente morreu para chegarmos até aqui. Eles não vão nos matar e deixar com medo”, ressaltou ela.
Para a deputada Beth Sahão é fundamental esquecemos as diferenças e estarmos unidas, pois o momento é de muito retrocesso em todas as áreas, e a liberação das armas são para nos matar. “Tanto que este ano registra o maior número de feminicídio, comparado aos anos anteriores”, aponta ela.
Marcia Lia citou casos de ataques e até mesmo tentativa de assassinato, que lideranças têm sofrido em diversas regiões do estado de São Paulo. “Apesar de todo retrocesso, vale a pena a luta: ‘Oh abre alas porque nós iremos passar e derrotar esse governo machista e misógino’”, afirma a deputada.
Martinha, representante da deputada estadual Bebel Noronha, lembrou que este governo ataca a educação porque eles querem calar a boca de um seguimento que leva a reflexão. “É preciso mostrar para as mulheres da sociedade qual futuro esta gestão quer para nós: querem que a gente volte para o fogão, saia do mercado de trabalho. A autonomia que a gente presa esta em risco”, destaca.
Para a secretaria municipal de Mulheres do PT São Paulo, Bete Silvério a unidade é essencial, ainda mais no momento de retrocessos que estamos vivendo. Ela destaca também a necessidade da colaboração pelo site.
Também marcou presença no ato o vereador Eduardo Suplicy, a secretaria estadual de Mulheres do PT – São Paulo, Débora Pereira e Marcia Regina Viana secretaria da Mulher trabalhadora da CUT São Paulo.
Por Diane Costas do PT São Paulo