A concentração para o ato por Lula Livre estava marcada para as 6h30 deste domingo, 7 de abril, data em que a prisão política do ex-presidente completou um ano. Um dia antes, no entanto, centenas de militantes já permaneciam reunidos nos arredores do Terminal do Boa Vista, a poucos quilômetros da Vigília Lula Livre. Nas primeiras horas da manhã, com o sol ainda tímido, milhares de pessoas começaram a surgir de todos os lados, num indício inquestionável de que não seria um dia qualquer. Como num passe de mágica, a República de Curitiba estava tomada pelo povo.
A mobilização era a resposta imediata não só à prisão sem provas imposta ao homem que deveria (segundo todas as pesquisas) estar novamente no Palácio do Planalto. Era também um recado aos desdobramentos políticos do país. Já na Vigília, mais de 10 mil pessoas vindas em caravanas de todas as regiões se juntavam aos militantes esporádicos: o cadeirante que chorava ao ser conduzido pela massa à frente do palco, a dona de casa que levou café e bolo para alimentar os exaustos, a devota que se ajoelha e chora em frente à sede da Polícia Federal.
Todos eles sob o olhar atento das lideranças políticas e representantes de movimentos sociais e sindicais que, mais do que nunca, tornaram-se uma só voz. “Todas estas pessoas vieram pra dizer a você, Lula, que estamos contigo, e que não vamos largar sua mão de jeito nenhum. Nesses 365 dias sempre houve gente solidária com o nosso presidente. Lula nunca ficou sozinho”, definiu a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Tamanha lealdade ganha explicação precisa na fala do líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta: “Se o Lula que está ali não desistiu nenhum dia de lutar pelo nosso país, o que resta para nós que estamos aqui além de lutar pela liberdade do Lula?”.
Liberdade que só foi retirada porque, como bem lembrou o líder do PT no Senado, Humberto Costa, “porque a elite não queria que ele fosse eleito presidente” e a prova final desta tese é o fato de “o Moro ter virado ministro do adversário”.
Novas lutas, união de sempre
É impossível ficar imune à presença do MST em atos e manifestações. Movimento escolhido como inimigo número um de Bolsonaro, seus seguidores são trabalhadores rurais que encantam o mundo pelo trato com a terra e a excelência na produção de orgânicos e mostraram que também são gratos a Lula. “Vamos todos levantar o braço esquerdo, punho erguido olhando pra janela onde está Lula e dizer ‘eu me comprometo a não descansar um dia sequer, a fazer o trabalho de base, a dialogar com o povo, até que o Lula seja livre”, convocou João Pedro Stedile, um dos fundadores do MST.
Não menos combativa é a militância da CUT, representada no ato por seu presidente, Vagner Freitas, que mostrou disposição para ampliar o calendário de lutas contra os retrocessos de Bolsonaro:”Se passar a reforma da Previdência, nós vamos fazer a maior greve geral do Brasil”.
Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias, direto de Curitiba