Lideranças feministas de Juiz de Fora (MG) participaram nesta quinta-feira (26) do encontro do projeto Elas por Elas, da Secretaria Nacional de Mulheres do PT, no Ritz Hotel, com a deputada federal Margarida Salomão (PT-MG). O evento, promovido pela Secretaria de Mulheres do PT-MG, discutiu a importância do aumento da participação das mulheres na política institucional.
A maioria das presentes era de mulheres negras que fazem a luta em suas comunidades. “Olhamos a política de modo diferente. Querem que acreditemos que a política está longe de nós, mas ela está dentro de casa. Lula nos ensinou que é preciso escutar as pessoas e aprender com a sabedoria que construíram em suas vidas. Essa experiência precisa ser expressa nas Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas, Câmaras Federais e até na Presidência da República”, afirmou a deputada.
No pleito deste ano, já estará em vigor a lei que determina o emprego de 30% dos recursos das eleições em candidaturas de mulheres. Nesta perspectiva, Débora Renault, vice-diretora da Escola Municipal Dilermando Cruz e representante setorial de Mulheres do PT, defendeu a candidatura daquelas que lutam pelo empoderamento feminino.
Por sua vez, a presidenta da Associação dos Moradores do Vale Verde, Maria Aparecida Otávio da Silva, Tatá, direcionou seu pronunciamento ao ex-presidente Lula. Ela defendeu o seu retorno para “continuar nossa felicidade. Ninguém provou nada contra o nosso presidente. Ele precisa voltar para reconquistarmos nossos direitos, o que tiraram de nós, como o direito à moradia, por meio do Minha Casa Minha Vida, e o Bolsa Família. Querem mexer até nos nossos salários, na nossa aposentadoria”, protestou.
Laiz Perrut, vereadora suplente pelo PT e representante da Marcha Mundial das Mulheres, lembrou que, além dos programas sociais, o governo Lula mantinha uma estrutura de organização estatal da qual fazia parte a Secretaria de Políticas para Mulheres, que colaborou para a melhoria da qualidade de vida de todas.
A recuperação do que foi perdido, na opinião de Laiz, também envolve mais mulheres na política e a eleição de lutadoras como Margarida Salomão. A mensagem recentemente enviada por Lula foi citada em seguida pela deputada: “não desanimem. Sei que a vida é dura, mas não morri de fome aos 5 anos. Agora é muito difícil me derrubarem. Posso estar preso, mas cada um que esteja solto seja Lula”.
Preso, o ex-presidente tem 41% do eleitorado, como indica a pesquisa Vox Populi divulgada nesta quinta-feira (26). Margarida confirmou que o nome de Lula como candidato a presidente será inscrito pelo partido e será feita uma caminhada em agosto, em Brasília/DF. “Queremos nosso futuro de volta”, enfatizou a parlamentar.
Mulheres mudam a vida das comunidades
As mulheres lutam pelos direitos das camadas mais discriminadas da sociedade e por um mundo melhor para todos e todas. A participação feminina no parlamento resulta em mais investimentos em saúde, educação e até na redução da corrupção.
A superintendente Regional de Ensino de Juiz de Fora, Fernanda Moura, a primeira a ser eleita para o cargo, enfatizou que Margarida Salomão respeitou o resultado das plenárias. Presente no Elas por Elas, a superintendente enfatizou a importância da participação feminina em cargos de direção, de forma a apostar no potencial das mulheres.
“Constato a presença e o protagonismo das mulheres nas reuniões de bairros, associações comunitárias, sindicatos e movimentos sociais, mas elas ocupam poucos espaços de decisão, o que precisamos mudar”, disse.
Maioria na população, minoria na política
As mulheres representam 50,2% da população de Minas Gerais, mas o estado nunca elegeu uma senadora. Nas últimas eleições, somente cinco candidatas foram eleitas para ocupar uma das 53 cadeiras na Câmara dos Deputados, o que corresponde a menos de 10% do total.
Na Assembleia Legislativa de Minas, o quadro é semelhante. Apenas cinco mulheres estão entre os 77 parlamentares eleitos, ou seja, 6,5%. No ranking mundial, o Brasil está na 152ª posição de representação parlamentar de mulheres (Inter-Parliamentary Union – UPU), com 10,94% de participação feminina, enquanto a média mundial é de 23,5%. Isso acontece mesmo sendo as mulheres maioria da população brasileira (51,7%).
Lula Livre em Juiz de Fora
O Elas por Elas foi iniciado ao som da versão do samba Mulheres, de Martinho da Vila, na perspectiva do empoderamento feminino, e encerrado com o convite para participação no ato Lula Livre, em Juiz de Fora. O evento será neste domingo, 29, a partir das 16h, no Andar de Baixo, localizado na rua Floriano Peixoto, 37. Vai ter música, teatro e humor, entre outras atrações.
Por Assessoria de Comunicação da deputada Margaria Salomão