Hoje é terça-feira, 22 de de janeiro de 2019. Para Bolsonaro, no entanto, ainda estamos em outubro de 2018. No primeiro compromisso internacional após ser eleito, Jair confirmou todas as péssimas expectativas sobre seu discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos na Suíça. Envergonhou o Brasil em uma fala vazia de míseros seis minutos.
Como nunca teve um projeto de governo, Bolsonaro ainda vive do discurso eleitoral e iniciou sua participação falando do quanto supostamente gastou na campanha. E assim como nas Eleições 2018, Jair continua a espalhar fake news cada vez que abre a boca.
Na Suíça, ele disse que “pela primeira vez no Brasil um presidente montou uma equipe de ministros qualificados […] não aceitando ingerências político-partidárias”. Ocorre, entretanto, que Bolsonaro cedeu, por exemplo, três ministérios ao DEM e outros dois ao MDB para conseguir apoio no Legislativo.
Outro tema que Jair mostrou seu potencial de espalhar notícias falsas é o meio ambiente. Disse que a sua missão é a “compatibilização entre a preservação do meio ambiente e da biodiversidade com o necessário desenvolvimento econômico”. Ele se esqueceu de contar aos interlocutores que seus ministros do Meio Ambiente e da Agricultura estão ligados ao desmatamento da Amazônia, o que causou espanto no mundo, como apontou o jornal britânico The Guardian.
Combate à corrupção… e o Flávio?
Até quando Jair vai tentar enganar que seu desgoverno vai combater a corrupção. Toda vez que é perguntando o que fará efetivamente para combater os crimes no setor público, Bolsonaro repete o nome do seu ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, como se isso já fosse prova de algo. O ex-juiz, por exemplo, até agora não se manifestou sobre o escândalo envolvendo Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho de Jair.
Também em discurso na Suíça, Moro foi questionado sobre Queiroz/Flávio, que agora envolve milicianos, mas o ex-juiz apenas disse que não caberia a ele “comentar sobre isso, mas as instituições estão funcionando.”
Paulo Guedes foge de encontro com diretora do FMI
Assim como o discurso de Bolsonaro foi vazio, o que fez a Bovespa fechar com queda de mil e duzentos pontos, as decisões do seu ministro da Economia, Paulo Guedes, seguem o mesmo caminho. O ‘posto Ipiranga’ decidiu não participar de uma sessão pública com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, no Fórum Econômico Mundial.
De acordo com O Globo, a decisão de Guedes chegou a provocar certa ironia entre alguns participantes que souberam da recusa, comentando que ”Guedes esnobou Lagarde”. A sessão deveria ser transmitida pela televisão.
Quem acompanhou o discurso de Bolsonaro na sessão plenária em Davos, foi o prêmio Nobel de Economia Robert Shiller. Ao fim da fala de Jair, o Shiller disse que “Bolsonaro me dá medo”. Para o Nobel, “o Brasil é um país grande, e merece alguém melhor”.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do O Globo e Valor