Lula se emocionou e não conteve as lágrimas, nesta quinta-feira (10), em Brasília, ao falar a deputadas e deputados, senadoras e senadores sobre qual será o principal objetivo de seu governo.
“A prioridade zero, outra vez, é a mesma que eu disse em dezembro de 2002, não tem que mudar uma única palavra. Se, quando eu terminar este mandato, cada brasileiro estiver tomando café, almoçando e jantando, outra vez eu terei cumprido a missão da minha vida”, afirmou, chorando e sendo muito aplaudido (veja abaixo).
Após se recuperar, Lula completou: “Desculpem, mas o fato é que eu jamais esperava que a fome voltasse nesse país. Jamais. E nós voltamos por isso. Porque este país é o terceiro produtor de alimentos do mundo, o maior produtor de proteína animal do mundo e pode garantir que cada cidadão possa comer”.
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O encontro com parlamentares ocorreu no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) e foi organizado pelo Gabinete de Transição Governamental, coordenado pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin.
Bolsa Família de R$ 600
Lula deixou claro que conta com o apoio do Congresso Nacional para reconstruir o Brasil e voltar a dar dignidade ao povo brasileiro. “Eu não quero guerra, eu quero paz. Eu não quero ódio, eu quero amor. Eu não quero arma, eu quero cultura e quero livro. Eu não quero cadeia, eu quero escola. É esse país que eu peço que vocês nos ajudem a construir”.
Esse apoio será necessário tanto durante o governo que se inicia em 1º de janeiro quanto agora, no processo de transição, especialmente com a votação do orçamento de 2023.
O presidente eleito e seu time de transição têm conversado com o Congresso para corrigir as graves falhas que existem na proposta de orçamento enviada por Jair Bolsonaro.
Nessa proposta, por exemplo, não estão previstas nem mesmo promessas feitas na campanha pelo presidente derrotado nas urnas, como o recurso para o auxílio de R$ 600 e o reajuste do salário mínimo acima da inflação.
Lula já trabalha para garantir a verba e por isso visitou, na quarta-feira (9), os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
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Respeito à democracia
O presidente eleito lembrou ainda que o diálogo entre os Poderes Executivo e Legislativo são a base da democracia e disse que nenhum governo “é tão esperto” a ponto de poder governar sozinho. “Cada companheiro deputado, cada companheira deputada podem ficar certos de que vamos conversar com o Congresso Nacional.”
Ele lamentou que o presidente derrotado nas urnas tenha utilizado as Forças Armadas para questionar as urnas eletrônicas e produzir um relatório que acabou manchando a imagem da instituição. E fez um apelo aos brasileiros que hoje estão nas ruas em atos que atacam as eleições e a democracia.
“Quantas vezes eu chorei quando perdi, achando que estava tudo acabado para mim. Então, se vocês tiverem ouvindo, voltem para casa. Não sejam violentos com crianças, não sejam violentos com quem pensa diferente de vocês. Vamos respeitar quem não é igual a gente, quem não pensa como nós pensamos. A democracia é isso”, argumentou.
E concluiu: “Eu não peço a ninguém para gostar de mim. Eu só peço às pessoas: respeitem o resultado eleitoral porque nós vencemos as eleições. E vamos recuperar este país. E vou precisar muito de vocês, de cada um de vocês”.
Da Redação