A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, cobrou, nesta terça-feira (2), durante pronunciamento na Câmara, promessa feita por Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018, de que aumentaria a faixa de isenção do Imposto de Renda.
“Bolsonaro, em 2018, copiando Haddad e Lula, prometeu isentar do Imposto de Renda quem ganhasse até R$ 5 mil. Depois de eleito, recuou e disse que ia isentar quem ganhasse até R$ 3 mil. Semana passada, Bolsonaro publicou a tabela do Imposto de Renda e isentou apenas aqueles que ganham até R$ 1.903,00, ou seja, nem dois salários mínimos”, lembrou Gleisi, expondo a clara falta de compromisso de Bolsonaro.
A deputada ressaltou que a última correção da tabela do Imposto de Renda para aumentar a isenção ocorreu em 2015, no governo a ex-presidenta Dilma Rousseff. “Depois disso, nunca mais. Depois do golpe, nós não tivemos mais ampliação da faixa de isenção”, frisou.
Famílias prejudicadas
Ao descumprir sua promessa, Bolsonaro prejudica milhões de famílias e também a economia do país, explicou Gleisi. “Se nós aplicássemos a inflação de 2016 a 2020 para corrigir essa renda a ser isenta, hoje a faixa de isenção seria de R$ 4.022,00, e não de R$ 1.903. Isso ajudaria 10,5 milhões de pessoas. Famílias que teriam mais renda, poderiam consumir mais, ajudando a circular dinheiro e melhorando a economia”, afirmou.
“No meio da crise em que estamos, com desemprego, com a renda baixa, com a carestia de alimentos, com a carestia de combustíveis, chega a ser cruel Bolsonaro não ajustar a faixa de isenção do Imposto de Renda. Enquanto isso, as petroleiras estrangeiras, que eles liberaram para explorar o nosso petróleo, não pagam imposto no Brasil. Também não pagam imposto no Brasil os empresários que tiram os lucros e dividendos de suas empresas. Jatinhos, iates também não pagam imposto, enquanto o carro popular paga o IPVA”, prosseguiu Gleisi em sua fala.
Valentia de fachada
A presidenta do PT, então, lamentou que o projeto proposto pelo PT para isentar quem ganha até R$ 5 mil não seja considerado prioridade no Congresso como deveria. E criticou a já habitual postura de Bolsonaro de não enfrentar com coragem os temas mais caros à população brasileira.
“Bolsonaro deveria ser corajoso na prática, parar de ser valente só nas redes. Ele ainda não providenciou a vacina que o país precisa, ainda não providenciou a renda emergencial. Fica esbravejando contra os preços dos combustíveis, mas a Petrobras continua aumentando o diesel, a gasolina e o gás. E não adianta tirar imposto, porque isso não vai mudar se não mexer na referência internacional dos preços”, cobrou.
Gleisi, então, concluiu sua fala lembrando que, além do presidente, a família dele também trata o país com extremo desrespeito. “Para piorar, sua família humilha o povo brasileiro. O seu filho Flávio Bolsonaro, aquele investigado pelas rachadinhas e também pela lavagem de dinheiro em compra de imóveis, acabou de comprar uma mansão aqui em Brasília pelo valor de R$ 6 milhões. Isso é um tapa na cara do povo brasileiro, é um escárnio. Bolsonaro, a bem do povo e do Brasil, você não pode continuar onde está.”
Da Redação