Bolsonaro joga povo à morte. Sociedade civil e estados tentam salvar vidas

Governadores e prefeitos duelam com o governo para vacinar população enquanto o Conselho Nacional de Secretários de Saúde pede toque de recolher em todo país, que já bateu recorde da média de mortes pelo quinto dia seguido. Governador do Piauí e presidente do Fórum de governadores Wellington Dias cobra agilidade do governo para liberar vacinas e medidas para frear a disseminação do vírus. “Queremos medidas nacionais, estamos em vias de um colapso nacional na rede hospitalar”, alerta Dias

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A pandemia de Covid-19, cujo avanço segue desenfreado graças à negligência de Jair Bolsonaro, levou secretários estaduais de Saúde a pedirem um toque de recolher das 20h às 6h em todo o país. Em carta divulgada nesta segunda-feira (1º), o Conass engrossou os esforços de governadores e prefeitos na luta por vacinas e na cobrança da aplicação de medidas urgentes pelo governo federal. O  quadro é gravíssimo: Na segunda, o país bateu recorde da média de mortes pelo quinto dia seguido, chegando a 1.223 óbitos diários, uma alta de 16% em comparação há duas semanas. Após o carnaval, os casos de Covid-19 aumentaram 21%, apontando para uma explosão da doença.

O governador do Piauí e presidente do Fórum de governadores Wellington Dias alerta que o país está à beira de um colapso nacional. Ele chamou a atenção para o fato de que 21 estados têm elevado índice de internações e cobrou agilidade do governo federal na liberação de vacinas e na implementação de medidas de restrição social.

“O governo federal tem um poder que os estados não têm”, lembrou Dias, em entrevista à ‘GloboNews’, nesta terça-feira (2). “É a União, como acontece em outros países, que coordena o processo. Queremos medidas nacionais, estamos em vias de um colapso nacional na rede hospitalar”, argumentou o governador.

“Se um estado faz e o outro não, estaremos enxugando gelo” disse Dias, destacando que é o governo federal quem deve fechar aeroportos, portos e ferrovias para controlar o vírus. “Temos variantes, vírus com mutação, então há necessidade dessa coordenação”, explicou.

Bolsonaro no centro da crise

No documento, o Conass coloca o desgoverno Bolsonaro no centro da crise sanitária. “A ausência de uma condução nacional unificada e coerente dificultou a adoção e implementação de medidas qualificadas para reduzir as interações sociais que se intensificaram no período eleitoral, nos encontros e festividades de final de ano, do veraneio e do carnaval”, apontam os gestores.

O Conass pede “restrição em nível máximo das atividades não essenciais nas regiões com ocupação de leitos acima de 85% e tendência de elevação no número de casos e óbitos”. A entidade também listou uma série de medidas para aumentar a eficácia das medidas, como proibição de shows, eventos esportivos, cultos, atividades escolares, fechamento de praias e bares, entre outros.

Brasil fora de lista de vacinas da Covax

De acordo com o Conass, as medidas devem ser implementadas para evitar um colapso generalizado da rede pública de saúde. “Infelizmente, a baixa cobertura vacinal e a lentidão na oferta de vacinas ainda não permitem que esse quadro possa ser revertido em curto prazo”, alertam.

O horizonte é de desalento. Segundo informa o colunista Jamil Chade, do ‘UOL’, O Brasil está fora da lista de países que receberam as primeiras doses de vacinas do consórcio Covax, da Organização Mundial da Saúde (OMS).  Entre um total de 18 países das Américas que receberão imunizastes, o país não consta da lista da OMS. Colômbia, Peru, El Salvador e Bolívia receberão doses nos próximos dias. 

Para fazer frente à estratégia de sabotagem ao combate à pandemia aplicada por  Bolsonaro, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) iniciou a formação de um consórcio para comprar imunizantes.

“Bolsonaro e seu general são mentirosos compulsivos”, acusa o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP). “Anunciaram que teríamos 10 a 14 milhões chegando em fevereiro. Fevereiro acabou, e nada”, afirma Padilha. “[Bolsonaro] desprezou e atacou a OMS como Trump. O Brasil poderia ter reservado doses para 30% da população na OMS e pediu apenas para 10%”, denuncia.

Da Redação, com informações de ‘Folha’ e ‘UOL’

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