Jair Bolsonaro (PSL) está encurralado. Em menos de 23 dias o “mito do combate à corrupção” foi reduzido, após inúmeras frases de efeito na internet, a um “mito sem comentários”. Ao cancelar a coletiva de imprensa que faria em Davos, na Suíça, Jair confirma que está com medo. Ele e sua comitiva fugiram do compromisso no Fórum Econômico Mundial porque sabem que a imprensa faria perguntas sobre o envolvimento de Flávio Bolsonaro com milicianos, suspeitos de envolvimento na morte da vereadora do PSOL Marielle Franco, é o que aponta a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann.
“Não foram dar a entrevista por medo. Porque com certeza uma das primeiras perguntas seria sobre qual é a explicação do Flávio, filho do Jair Bolsonaro, sobre o envolvimento com a milícia e sobre o grande avanço do patrimônio deles. Eu realmente gostaria de ver a cara do [Sérgio] Moro, o que ele ia responder, ou sairia pela tangente de novo”, questiona Gleisi durante entrevista ao programa Ponto a Ponto, do PT na Câmara.
A presidenta do PT questionou ainda qual foi o objetivo de Bolsonaro no Fórum, uma vez que, fez um discurso vazio de míseros seis minutos, no qual não abordou com profundidade nenhum tema importante para o Brasil e o mundo. “A fuga dessa entrevista é surreal. O Bolsonaro encheu o avião, que ele sempre chamou de ‘AeroLula’ e disse que iria vender, com sua assessoria para ficar quatro dias em Davos e falar seis minutos? Se ele tivesse feito três tuítes, nem precisaria ir”, ironizou.
Gleisi lembrou que Bolsonaro fez um campanha baseada em duas bandeiras, que foram os motores da disseminação das fake news: combate a corrupção e melhoria na segurança pública. A presidenta, no entanto, aponta que Jair já contrariou os dois objetivos. Primeiro, faz vistas grossas com as suspeitas de lavagem de dinheiro de Flávio Bolsonaro e o ex-assessor Fabrício Queiroz, e depois editou decreto que flexibilizou a posse de armas de fogo, o que segundo especialistas, pode agravar a violência no país.
Economia
Além das suspeitas de envolvimento com milícias, a presidenta do PT revelou grande preocupação com os rumos econômicos do Brasil, já que Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, não tomaram nenhuma medida para favorecer os trabalhadores e apenas planejam entregar as riquezas do país.
“Ele foi com um papel lá, que era trazer investimentos para o Brasil. Foi lá, gastou dinheiro do povo brasileiro e preferiu ir comer sozinho, ao invés de se reunir com líderes e investidores. Ele fez uma fala de quem quer entregar o país, não de quem quer investir. Qual é a política de empregos dele? Vão ser empregos precários, com a carteira verde e amarela? Isso é grave porque vai atingir o povo. Esse foi o sanduíche mais caro da história”, critica.
Lula é o contraponto imediato a esse governo
Ao longo da entrevista, a presidenta também falou sobre a importância da luta pela liberdade do ex-presidente Lula, já que a própria normalidade institucional do Brasil passa por corrigir esse histórico erro do Judiciário. Segundo Gleisi, Lula é a maior referência de oposição a Bolsonaro, uma vez que é justamente o legado dos 13 anos dos governos do PT que será “destruído” pela extrema direita.
“Com Lula vamos continuar lutando. Não entendo porque ele anda está preso. Qual é o risco que ele oferece para a sociedade. O ‘risco’ é que ele gerou emprego, abriu o mercado do país. Lula é o contraponto imediato a esse governo. É nossa maior referência por isso é preciso lembrar o povo quem esteve sempre ao seu lado. Quem fez pelos que mais precisa. Dizer que o PT quebrou o país é uma das maiores mentiras. Em 500 anos de história, só teve uma vez que a fome foi tratada como política pública, e foi com o Lula”, finalizou Gleisi.
Da Redação, da Agência PT de Notícias