“Bolsonaro me dá medo”, diz Nobel da Economia após discurso em Davos

Fala de Bolsonaro foi alvo de críticas por ser curta e genérica, além de ser considerada um nível de representação muito abaixo do que o Brasil merece

O curto discurso de Jair Bolsonaro nesta terça-feira (22) no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, está sendo enquadrado como uma das grandes vergonhas da política internacional recente. A fala, que teria 45 minutos, durou apenas 8 e teve uma repercussão bastante negativa no mundo todo.

Ao fim do rápido discurso, o prêmio Nobel de Economia Robert Shiller disse que “Bolsonaro me dá medo”. Para o Nobel, “o Brasil é um país grande, e merece alguém melhor”. Ele não foi o único a criticar a poucas palavras

O editor chefe da revista estadunidense Americas Quaterly, Brian Winter, destacou que o discurso de Bolsonaro foi “MUITO mais curto do que o esperado” e que “não falou nada específico quando pressionado com perguntas”. Ele afirmou ainda que para um investidor que participava do evento, o discurso foi um “desastre”. “Eu queria gostar dele, mas ele não disse nada. Porque ele veio até aqui”, teria questionado o investidor.

A diretora do jornal francês Le Monde, Sylvie Kauffmann, criticou o fato de que Bolsonaro fez um “discurso curto de campanha, muito generalista, evitando dar respostas concretas”. Para ela, faltou dar um “bom match” com o público de Davos e “definitivamente não mereceu ser ovacionada de pé”.

“Grande falha”, avaliou a jornalista do Washington Post, Heather Long, sobre a fala “morna” de Bolsonaro. “Ele tinha todo o mundo assistindo e sua melhor linha foi chamar as pessoas para passar as férias no Brasil”.

O diretor executivo de negócios do jornal inglês Telegraph, Ben Marlow, afirmou que “é justo dizer que Bolsonaro não correspondeu à expectativa. Discurso engessado e sem vida, com duração de menos de 15 minutos, parecia excessivamente roteirizado e passou por uma longa lista de compromissos já estabelecidos. Não posso imaginá-lo sendo convidado de volta muito cedo”.

Em entrevista ao site Sputinik News, o cientista político da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Antônio Marcelo Jackson, apontou uma “incoerência” na fala do presidente brasileiro. Apesar de repetidas vezes criticar o “viés ideológico”, Bolsonaro revelou suas próprias preferências partidárias ao criticar a “América bolivariana”, a esquerda e elogiar a ascensão de líderes de centro-direita e direita.

Da Redação da Agência PT de notícias

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