As falsas promessas em relação aos supostos benefícios das reformas da Previdência e Trabalhista não são os únicos ataques do governo golpista ao povo brasileiro. Numa afronta à opinião da maioria da população, as privatizações novamente estão em pauta.
Com a justificativa de recuperar o país da crise fiscal e obter recursos para reduzir o rombo das contas públicas, o Governo Federal pretende colocar nada menos do que 75 empresas que pertencem à União à venda para o capital estrangeiro. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30) pelo “Portal G1″.
A lista inclui empresas de peso como a Casa da Moeda, a Lotex, além de diversas concessões de aeroportos, rodovias, portos e ferrovias. Mas o caso mais grave em andamento é o da companhia de energia Eletrobras: em outro golpe articulado às escuras, entre os feriados de Natal e Ano Novo, Michel Temer editou a Medida Provisória 814/17 que retira a vedação legal à privatização da empresa.
A MP, no entanto, está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal após a Federação Nacional dos Urbanitários entrar com pedido de Ação Direta de Inconstitucionalidade. Além da Eletrobras, o peemedebista ainda quer “se livrar” de diversas outras companhias de energia federais como as dos Estados do Acre, Amazonas, Alagoas, Piauí e Rondônia.
Mas não é só a energia que está em perigo. Nem mesmo as águas que correm por todo o Brasil parecem estar imunes aos ataques da atual cúpula federal. Apesar da discreta e irrelevante participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíca, Temer encontrou tempo para uma “reunião informal” com o presidente Global da Ambev, Carlos Brito, e com o CEO da Coca-Cola, James Quincey.
Mais tarde, também encontrou tempo para jantar com o CEO da Dow Chemical, Andrew Liveris, que faz parte do Water Resources Group (WRG ) – iniciativa da Nestlé, Coca-Cola e Pepsi para privatizar a água através de parcerias público-privadas.
Outro caso emblemático da irresponsabilidade do Governo Temer é ainda tentar colocar em pauta a privatização da Petrobras, mesmo com grande resistência vinda por grande parte da população, sindicatos, especialistas e até mesmo entre os seus aliados.
Só os mais ricos
A insatisfação da população, aliás, ficou evidente após a publicação, em dezembro de 2017, de pesquisa relacionada ao tema pelo Instituto Datafolha: sete em cada dez brasileiros (70%) são contra as privatizações e apenas 20% a favor.
O levantamento também deixa claro que o atual governo não governa para os que mais precisam. Quanto mais rico mais favorável a privatizar empresas públicas: entre pessoas que ganham até 2 salários apenas 13% são a favor, enquanto quem tem renda superior a 10 salários esta cifra sobe para 55%.
Da Redação da Agência PT de Notícias