Partido dos Trabalhadores

Governo Lula lança política para fortalecer indústria ligada à saúde

Objetivo é que, em dez anos, 70% dos medicamentos e equipamentos necessários ao SUS sejam feitos no Brasil. Além de garantir acesso à saúde, estratégia vai gerar empregos e fortalecer a ciência e inovação

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O Brasil ainda importa cerca de 90% do Insumo Farmacêutico Ativo utilizado na produção de vacinas. Objetivo é reduzir esse percentual a 30% (Foto: Reprodução)

O governo Lula continua a reconstruir o Brasil. Nesta segunda-feira (3), foi a vez de retomar o Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Geceis), que, depois de ser praticamente extinto às vésperas da pandemia de Covid-19, volta a funcionar.

Formado por 20 órgãos públicos, o grupo tem coordenação dos ministérios da Saúde (MS) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e conta ainda com representantes da sociedade científica, sociedade civil, gestores do SUS, sindicatos e empresários.

A missão é colocar em prática uma política industrial que vai reduzir a necessidade do Brasil de importar medicamentos, equipamentos, vacinas e outros materiais médicos. O objetivo é que, em dez anos, 70% das necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) sejam supridas por produtos nacionais.

Além de dar mais condições para que o Brasil garanta saúde à população, uma indústria nacional voltada para medicamentos, vacinas e equipamentos médicos certamente vai gerar empregos e impulsionar a indústria nacional, uma das apostas do governo para aquecer a economia.

“O propósito maior da reconstituição do Geceis é garantir o acesso à saúde de qualidade e colocar as marcas da inovação, ciência e tecnologia”, resumiu a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ao abrir a cerimônia que marcou a retomada do grupo (assista abaixo).

A importância da precaução

O desmonte do Geceis pelo governo de Jair Bolsonaro foi um erro que até hoje custa caro ao país, mas que se mostrou especialmente equivocado durante a pandemia, quando o Brasil precisou brigar com outros países para comprar equipamentos que iam de máscaras de proteção a respiradores, passando por insumos e vacinas.

“O mundo continua com a economia globalizada, mas a pandemia traz um princípio novo, o princípio da precaução. Eu não posso depender de tudo lá de fora, de fertilizante do Canadá e da Noruega, de moléculas da Índia, equipamentos da China”, observou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

E completou: “Daí vem o esforço e a visão do presidente Lula de criar um grupo técnico exatamente numa área estratégica como é a da saúde. Fortalecer o complexo de saúde local em todos os seus setores, desde as novas moléculas (usadas em vacinas e medicamentos) até os seus equipamentos”.  

Para alcançar esses objetivos, o governo Lula vai investir no fomento à pesquisa e inovação, firmar parcerias para o desenvolvimento produtivo e inovação, e utilizar o poder de compra do Estado no fortalecimento da produção nacional.

Perigosa dependência

Atualmente, o setor da saúde representa 10% do Produto Interno Bruto, garante a geração de 25 milhões de empregos diretos e indiretos e responde por 1/3 das pesquisas científicas no país. A posição estratégica do Brasil com um grande mercado interno mostra a capacidade de crescimento e ampliação desses números na economia brasileira.

No entanto, a dependência do país para aquisição de insumos torna o sistema público brasileiro vulnerável ao mercado externo, dificultando a aquisição de produtos essenciais, com preços altos, variáveis e suscetíveis às oscilações da economia mundial.

No caso do (Insumo Farmacêutico Ativo) IFA, por exemplo, mais de 90% da matéria-prima usada no Brasil para produção de insumos como vacinas e medicamentos, é importada. Já na área de equipamentos médicos, 50%.

Da Redação, com informações do Ministério da Saúde