“Com os resultados obtidos pela nossa gestão, vamos abaixar a cabeça para quem? Nós não temos adversários. Se espremer os nosso adversários (nas próximas eleições), não sai nada”. De modo confiante, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, discursou para uma plateia que tomou o auditório da Uninove, no bairro da Liberdade, na Abertura do Processo de Discussão do Programa de Governo à disputa das eleições municipais deste ano.
O prefeito afirmou que a oposição é fraca em propostas para a cidade. “Eles só fazem programas do governo do anti, do anti-PT. Nós fazemos a favor. Só somos anti uma coisa: a extrema desigualdade social do Brasil”.
No encontro, o secretário de governo, Chico Macena, mostrou que as promessa da gestão Haddad foram cumpridas – e em muitos casos superadas – em praticamente todos os setores, como educação, mobilidade urbana, saúde, drenagem, cultura e cidadania.
O secretário destacou ações de Haddad na Saúde, como a criação de três novos hospitais e reforma de outros nove, da criação da Rede Hora Certa, com 26 unidades que proporcionam atendimento médico com hora marcada. Com isso, o tempo médio de espera de consultas de atenção básica caiu de 33 para 19 dias.
No campo da segurança pública, citou a iluminação de LED nas periferias, que instalou 70 mil luminárias, que reduzem em 50% o consumo de energia e duram 12 anos (contra 5 anos das de vapor de sódio), e foram instaladas prioritariamente em bairros de periferia como Sapopemba, Heliópolis Brasilândia, Jardim Ângela e Pedreira.
Em termos de mobilidade urbana, houve a redução de mortos e feridos no trânsito, através da redução de velocidades em avenidas e nas Marginais, que desde 2015 reduziu 38,5% os acidentes com vítimas (9 mil acidentados a menos) e 20,6% as mortes no trânsito (247 vidas salvas).
Também destacou expansão da rede cicloviária que criou 316 km de ciclovias por toda a cidade e fizeram a rede cicloviária aumentar (66% a mais de usuários) e tornar-se mais segura (34% de mortes a menos). Hoje, 12% dos paulistanos usam as ciclovias.
A gestão Haddad também incentivou o uso de transporte urbano através da criação de corredores de ônibus (144 km contratados ou em execução; 22 km requalificados) e adoção do passe livre nos ônibus para 637 mil estudantes da rede pública (municipal, estadual e federal) tem gratuidade no transporte público, assim como redução da idade de 65 para 60 anos para gratuidade no transporte para idosos.
Também foram destacados o programa de recuperação de viciados em crack De Braços Abertos, o Circuito SPCine, que leva cinemas à periferia, as universidades nos CEUs, os novos parques públicos (como o Chácara do Jockey), os alimentos orgânicos nas escolas e as 375 novas creches e o projeto WiFi Livre SP, que disponibiliza conexão grátis em parques da cidade.
Para Haddad, é fundamental discutir o plano de governo com a militância e a sociedade. “Não são necessárias mais do que três pessoas para fazer um programa de governo qualquer. Mas precisamos de todos vocês para fazer o melhor programa de governo. Temos que fazer uma síntese que seja representativa do maior número de pessoas possível”, afirmou.
O prefeito disse que a sociedade – sobretudo a juventude – não vai deixar o País retroceder. “O Brasil saiu de três milhões de universitários, antes do Lula, para oito milhões de universitários. A juventude não vai deixar o Brasil andar para trás. O Brasil do século 21 não vai caber no Brasil do século 19”.
Haddad garantiu que não deixará o PT. “Eu me filiei ao PT na década de 1980. Com o Lula com 85% de aprovação é fácil ser petista. Correr do desafio no momento difícil, virar as costas para as pessoas da periferia, como se fosse muito mais nobre que qualquer um, não é política. Política é projeto coletivo”.
“Nem o Lula seria quem é sem vocês. Nenhum líder existe, por mais carismático que seja, sem energia social”
Sobre o governo golpista de Michel Temer, o prefeito de São Paulo afirmou que suas ações – como extinguir o Ministério da Educação e outras medidas que caíram no desagrado da população – não foram discutidas e aprovadas pelo voto.
O combate à corrupção, disse Haddad, é uma marca de seu governo. Ele lembrou que abriu a Controladoria Geral do Município (CGM) que ajudou a recuperar aos cofres públicos cerca de R$ 300 milhões que haviam sido desviados em gestões anteriores. “Não roubar é uma obrigação. Não deixar roubar é uma arte. E recuperar dinheiro roubado é um milagre”, afirmou.
“Não roubar é uma obrigação. Não deixar roubar é uma arte. E recuperar dinheiro roubado é um milagre”
Veja abaixo como foi:
Por Bruno Hoffmann, da Agência PT de Notícias