Como se não bastasse ter aparecido com frequência assustadora nos principais jornais do mundo pelos fracassos de seu governo, Jair Bolsonaro agora volta às manchetes internacionais por algo ainda mais grave. A denúncia feita pelo Jornal Nacional de que o assassino de Marielle Franco esteve no condomínio em que vive e que teria mencionado seu nome para acessar o local foi repercutida na imprensa mundial.
Além de noticiarem a reação um tanto descontrolada de Bolsonaro na live que fez na noite desta terça-feira (29), algo que claramente não condiz com a postura de um chefe de estado, os veículos também relembraram a trajetória da vereadora morta em nome dos interesses das milícias – grupos já até homenageados por um dos filhos de Bolsonaro.
Outros jornais, como o Washington Post, ainda aproveitaram o novo escândalo para fazer nova avaliação negativa da gestão bolsonarista. “Os relatórios explosivos, juntamente com a resposta emocional e profana de Bolsonaro, ameaçam isolá-lo ainda mais durante um período vulnerável em sua presidência. O país passou de um desastre ambiental para outro. Ele está discutindo abertamente com o presidente eleito da Argentina, um dos mais importantes parceiros comerciais do Brasil”, avalia a reportagem.
A importante publicação estadunidense, que manteve a notícia por horas como destaque em seu portal, também lembrou do bizarro caso do vídeo compartilhado por Jair durante esta semana: “Bolsonaro foi agredido nesta semana por postar – e depois excluindo rapidamente – um vídeo que o mostrava como leão sendo atacado por um grupo de hienas representando seus críticos na mídia e no governo, incluindo o Supremo Tribunal Federal”.
Também dos EUA, o Bloomberg foi mais direto e manteve a indagação que ainda alimenta o debate público no Brasil.”Até agora, os dois ex-policiais foram acusados de matar, mas várias perguntas – incluindo quem mais poderia estar envolvido no assassinato e quem o ordenou, e por quê – permanecem sem resposta. Na semana passada, os promotores públicos acusaram um ex-membro do tribunal de auditoria do Rio como sendo o mentor do crime”, explica a publicação.
Pela Europa também foram muitos os jornais a darem destaque para o caso. O The Guardian, um dos mais importantes do continente, explica em detalhes os principais desdobramentos do caso até agora, como a ligação íntima de Bolsonaro com os milicianos, citando as fotos tiradas por ele com o sargento Queiroz, um dos envolvidos no assassinato. O jornal britânico também cita o senador do PT Jean Paul Prates quando disse que os investidores estrangeiros “estremecerão” ao ver as mídias sociais de Bolsonaro.
O Financial Times, também britânico, foi além. “Diatribe na madrugada levanta dúvidas sobre estado mental do presidente”, estampou no subtítulo.
O escândalo também foi destaque nos principais jornais da América Latina. O argentino Clarín, por exemplo, lembrou da reação do PSOL que informou que, após a divulgação feita pela televisão Globo, solicitaram uma audiência “imediata” com o presidente do Supremo Tribunal Federal, José Antonio Dias Toffoli. “Exigimos esclarecimentos imediatos. O PSOL nunca fez nenhum atraso entre o assassinato e Jair Bolsonaro. Mas as informações de hoje são muito sérias. O Brasil não pode viver com nenhuma dúvida sobre a relação entre um presidente da República e um assassinato”, afirmou. corresponder em uma declaração”, afirmou o partido em nota.
Da Redação da Agência PT de Notícias