Com o início do pagamento do auxílio de R$ 600 este mês, Jair Bolsonaro dá uma aula de como ser cara de pau. Após décadas falando mal de políticas para ajudar o povo e de, na Presidência, ter sabotado o auxílio emergencial em plena pandemia, ele passa agora a fingir que se preocupa com os mais pobres.
Mas nada como um pouco de memória para desmascarar mentirosos como Bolsonaro. Veja abaixo como ele agiu em relação a esse tema ao longo do tempo e depois responda: é possível confiar em alguém assim?
Antes de ser presidente
Quando era deputado federal e até durante a campanha de 2018, Bolsonaro sempre falou mal de iniciativas como o Bolsa Família (veja o vídeo abaixo). Chamava o programa de Lula de nomes ofensivos e dizia que ele fazia as pessoas pobres pararem de trabalhar e as mulheres a engravidar para receber o benefício (o que é desmentido por todos os estudos sério já feitos sobre o Bolsa Família).
Março de 2020: propõe auxílio de R$ 200
No mês em que o mundo todo se preparava para a pior pandemia do século, discutindo formas eficazes de proteger as pessoas mais pobres, Bolsonaro se dedicou a desdenhar da Covid-19 e ainda sugeriu, via seu ministro Paulo Guedes, que se pagasse apenas R$ 200 de auxílio emergencial.
Setembro de 2020: reduz o auxílio aprovado pelo Congresso
A oposição no Congresso Nacional não concordou com o valor vergonhoso que Bolsonaro e Guedes sugeriram e aprovou um auxílio emergencial de R$ 600 (e R$ 1.200 para mães chefes de família), para 65 milhões de pessoas.
Esse valor só durou cinco meses. Em setembro, Bolsonaro reduziu o auxílio para R$ 300.
Janeiro de 2021: mesmo sem vacina, Bolsonaro corta o auxílio
Não bastasse ter reduzido o valor, Bolsonaro corta o auxílio emergencial e deixa todos os brasileiros abandonados em janeiro de 2021 antes mesmo de oferecer a vacina contra a Covid-19. Vacina, aliás, que ele sabotou.
Abril de 2021: auxílio finalmente volta, mas para menos gente
Bolsonaro só voltou com o auxílio emergencial três meses depois, o que fez a fome explodir no Brasil. E, quando voltou, foi ainda num valor mais baixo (média de R$ 375) e para menos pessoas: 44 milhões de beneficiários.
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Novembro de 2021: acaba com o auxílio emergencial e o Bolsa Família
Bolsonaro anunciou o fim do auxílio emergencial e do Bolsa Família e criou o Auxílio Brasil, no valor de R$ 400 e para apenas 14,5 milhões de pessoas, abandonado todas as outras. Depois, incluiu mais pessoas, mas, pelo menos, 24 milhões que recebiam o auxílio emergencial nunca mais tiveram ajuda.
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Agosto de 2022: começa a pagar R$ 600, mas só até o fim das eleições
Bolsonaro finalmente sobe o auxílio para R$ 600, mas só garante esse valor até dezembro, porque sua única preocupação é a eleição. E pior: com a inflação nas alturas, R$ 600 hoje valem só o que R$ 411 valiam em 2020. Auxílio de R$ 600 chegou atrasado e é insuficiente.
Da Redação