Preso injustamente há mais de 500 dias, Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista ao jornal argentino Página 12, na quarta-feira (11), quando falou sobre a Vaza Jato, a situação do Brasil e comentou os casos de lawfare contra líderes progressistas como Cristina Kirchner. “Eles pensaram que a mentira ia ganhar. E estou aqui para lhe dizer: a verdade vencerá, o que for preciso, tarde o que for preciso, mas o povo brasileiro conhecerá a verdade e que as pessoas que me acusaram não têm moral. Eles usaram a justiça para fazer política e o objetivo principal era impedir que Lula se tornasse presidente da República deste país. E que o PT não poderia mais vencer as eleições”, afirmou ao jornal.
Lula também declarou que não deixou de acreditar na justiça e que quer debater com os agentes da Lei que agem a favor da mentira e da enganação. “Quero fazer um debate com o canalha do juiz que me julgou e o promotor que me acusou. Então, é por isso que tenho força, porque quem tem a verdade não precisa ter medo. (…) No dia em que deixar acreditar na justiça, fico imaginando o que vou fazer. Não é porque um juiz tenha sido um canalha, não é porque um promotor tenha sido um canalha, que você deve julgar toda a justiça por causa desse erro”.
Questionado sobre a atuação da mídia, da justiça e da operação Lava Jato, Lula comenta sobre o pacto existente entre elas. “O grande problema da operação de Lava Jato é que ela deixou de ser uma operação de investigação de corrupção e se tornou um jogo político. Existe um pacto entre a mídia e a operação Lava Jato. Todas as mentiras que Lava Jato conta se tornam verdade na grande imprensa brasileira.”
Durante a entrevista, o ex-presidente ainda lembrou que em seu governo o Brasil prosperava e lutou pela melhora da qualidade de vida dos mais pobres, diferentemente do que acontece agora com o desgoverno de Jair Bolsonaro que só provoca a destruição, a privatização e o desmonte da máquina pública. “Gerei 22 milhões de empregos, aumentei o salário mínimo em 75%. Disponibilizei 52 milhões de hectares de terra para fazer a reforma agrária. Fiz o maior programa social em toda história do Brasil e estabeleci amizade com todos os países da América do Sul. Esse foi o crime que cometi.”
“Eu ainda tenho esse sonho e é por isso que tenho força. Porque ainda quero estar vivo e quero ajudar a derrotar todas essas pessoas más, que não gostam dos pobres, que apenas governam o mercado. (…) E acho que eles têm medo de me deixar ir, porque sabem que quando me deixarem ir, vou para a rua.”, expressou Lula.
Leia aqui a entrevista na íntegra.
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações do Página/12