Lava Jato escondeu provas para ilegalmente incriminar Lula

Em qualquer país, inclusive nos Estados Unidos, esconder provas anula sumariamente o processo

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Sérgio Moro (esq.) e Deltan Dallagnol (dir.)

As últimas revelações da parceria entre o jornal Folha de S. Paulo e o site The Intercept demonstraram o caráter seletivo, fraudulento e criminoso da Operação Lava Jato. De 22 escutas telefônicas, o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol deram publicidade, com apoio da Rede Globo, para apenas uma delas. As demais, eram provas em favor do “réu”, no caso Lula. Em qualquer país, inclusive nos Estados Unidos, esconder provas anula sumariamente o processo.

Para o senador Jaques Wagner (PT-B), “com claro objetivo de manipular a opinião pública, escolheram mostrar apenas o conteúdo que reforçava sua versão para condenar Lula, omitindo áudios que mostravam a verdade dos fatos”. De acordo com o senador “este grupo deve explicações imediatas à Justiça e ao povo brasileiro pelos crimes que cometeram e pelos danos irreparáveis produzidos para a Democracia do nosso país”.

“A Vaza Jato demonstra, claramente, que os procuradores da operação sabiam que cometiam ilegalidades”, denunciou o senador Humberto Costa (PT-PE), líder da bancada petista no Senado. “No caso criminoso do grampo feito por Moro no telefone da presidenta Dilma, eles foram alertados sobre a ilicitude da operação, mas apostaram que o contexto político era maior do que o jurídico”, afirmou. Para Humberto, a ação da Operação Lava foi “conveniente e criminosa”.

A ação contra Lula avançou todos os limites da ilegalidade, incluindo esconder a decisão de divulgar a escuta do próprio procurador geral a época, Rodrigo Janot. Segundo a Folha, Janot dera seu aval ao levantamento do sigilo da investigação pela manhã, mas não fora avisado de que a Lava Jato tinha grampeado a presidente da República. Quando cobrado da situação, de forma dissimulada, Dallagnol disse que “tudo que sabemos é o que está nos relatórios que te entreguei (a Eduardo Pelela, chefe de gabinete de Janot)”.

Em postagem no twitter, o editor do The Intercept, Glenn Greenwald, alertou que,a partir da experiência do caso Snowden, “algumas das revelações mais importantes com grandes vazamentos ocorrem no quarto, quinto e sexto meses”. Apesar da gravidade das mensagens divulgadas neste final de semana, e da repercussão negativa junto ao meio jurídico nacional, a mídia silenciou sobre as novas denúncias. Em especial a Rede Globo, que teve papel central do processo divulgado pelas mensagens, não dedicou nem um minuto de sua cobertura ao caso.

Por PT no Senado

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