Preso político há 101 dias, o ex-presidente Lula recebeu nesta segunda-feira (16) a visita do bispo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Naudal Alves Gomes. “Estivemos uma hora juntos e conversamos sobre a vida, a família, a religião e política”, disse o bispo após o encontro de apoio religioso.
“Ele espera pacientemente que a justiça seja feita e que até o dia 15 de agosto o juiz Sérgio Moro apresente uma prova concreta de sua culpa, mas se não tiver prova concreta, que seja determinada sua soltura”, disse.
Lula refere-se a 15 de agosto porque é neste dia o PT registrará sua candidatura à presidência da República. O bispo Naudal contou que Lula reafirmou sua inocência. “Ele diz: eu sei quem sou eu e o que fiz. Se não apresentam provas, fazer justiça para mim é receber a liberdade”, relatou. “Ele espera que isso ocorra até o dia 15”, reforçou o bispo.
Naudal afirmou que Lula está informado e valoriza a mobilização democrática na Vigília. “Ele está muito sensibilizado com a luta, com a perseverança dessas pessoas em sua defesa e reconhece que não é só por ele, mas por um projeto de país e de sociedade voltado para aqueles mais pobres e excluídos do sistema econômico e social, com os quais se preocupou tanto em seus governos”, disse.
Lula mandou avisar que agradece pela mobilização popular e espera retribuir em breve ao povo que o apoia. “Ele disse: quero ter braços para abraçar todas as pessoas que têm demonstrado tanto carinho e sido tão perseverantes nesses 100 dias de resistência em Curitiba”, contou o bispo.
Depois de conversar com os jornalistas que cobrem a Vigília, Naudal foi até a praça Olga Benário, centro da Vigília, onde informou os militantes sobre a conversa com o ex-presidente. Ele lembrou que os bispos da Igreja Episcopal Anglicana se manifestaram contra o impeachment de Dilma Rousseff e a condenação e prisão de Lula. “Nos colocamos contra ações que atentam contra a Constituição e contra ritos judiciais que não levam em conta a necessidade de provas para emitir juízos e aprisionar pessoas”, afirmou.
Por Luís Lomba, da Agência PT de Notícias, direto de Curitiba