Partido dos Trabalhadores

Maioria dos brasileiros é a favor do passaporte da vacina contra Covid-19

Pesquisa “Saúde Brasil” aponta que aprovação varia entre 54,3% e 80%, de acordo com a situação. Estudo foi elaborado pelo Centro de Pesquisa em Comunicação Política e Saúde Pública da UnB (CPS-UnB) e IBPAD

Apesar de Jair Bolsonaro dizer que não vai se vacinar, que a população não precisa se imunizar, e que é contra a adoção do passaporte da vacina, mais uma pesquisa aponta que a maioria dos brasileiros é a favor da exigência do comprovante de vacinação contra a Covid-19.

Um estudo elaborado pelo Centro de Pesquisa em Comunicação Política e Saúde Pública da UnB (CPS-UnB) e o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD) aponta que a aprovação da obrigação do passaporte varia entre 54,3% a 80%, de acordo com a situação.

Conforme os pesquisadores, as situações citadas pelos entrevistados foram em locais de atividades culturais, econômicas e de socialização, como estádios de futebol, empresas, repartições públicas, escolas e universidades.

A pesquisa intitulada como “Saúde Brasil” aponta ainda que o apoio da medida acontece em empresas e órgãos públicos que retornaram o trabalho presencial: 74,2% a defendem para empregados de empresas privadas e 75,5% para funcionários de governos e repartições. Mais de três quartos também são a favor do documento em escolas (74,4%) e universidades (75,6%).

“O apoio é menor nos lugares em que parece inviável proibir o acesso, como o próprio lar ou transporte público. Já para os governos e empresas privadas, o grau de apoio é alto e semelhante, até porque são instituições que dominam boa parte do dia a dia”, afirma Wladimir Gramacho, coordenador do CPS-UnB.

O deputado federal, Alexandre Padilha (PT/SP), que tem um projeto de lei para instituir uma política de atenção integral às vítimas e familiares de vítimas da pandemia da Covid-19 é favorável ao passaporte de vacinação que siga as sugestões da Fiocruz e da Sociedade Brasileira de Infectologia, e destaca o papel do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Se tem uma coisa que o SUS sabe fazer e é reconhecido por isso é vacinar.  Uma prática saudável que a população brasileira sempre aderiu é a vacinação. Vacinar é um ato de proteção individual e amor ao próximo. Não se vacinar e querer se aglomerar é mais do que negacionismo, é egoísmo e irresponsabilidade com os outros”, afirma Padilha.

A coordenadora do Setorial Nacional de Saúde do Partido dos Trabalhadores (PT), Eliane Cruz, reforça que a sociedade precisa lembrar que ainda estamos enfrentando a pandemia da Covid-19 no mundo inteiro e que a vacinação, além de fundamental, é incentivada pela exigência da comprovação de vacina.

“Estamos em meio a uma pandemia, disso não podemos esquecer. A vacinação emergencial junto com cuidados essenciais como uso de máscaras, álcool gel e evitar aglomerações, permanece. O passaporte da vacina não é um documento para que cada um faça o que queira, como se não estivéssemos nesta crise de saúde. O passaporte incentiva a vacinação e é um instrumento de gestão da saúde para cuidar e proteger a população no retorno a atividades presenciais. É como um termômetro para medir se temos condições de retomar a qualquer aglomeração e, especialmente, a aglomerações de grande porte”, destaca.

Cidades que adotaram o passaporte

As cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro e o Estado do Rio Grande do Sul são exemplos de locais que aderiram ao passaporte de vacinação contra o Coronavírus. A exigência vale para locais onde o risco de contágio é elevado como em eventos.

Na capital paulista, o documento será exigido para eventos com mais de 500 pessoas, como shows, feiras e congressos.

Na capital fluminense, o decreto editado sobre o tema em setembro foi parar na Justiça. A exigência foi suspendida pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado Paulo Rangel, da 3ª Câmara Criminal.

Fiocruz

Em setembro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também divulgou uma pesquisa em que mais de 80% dos brasileiros disseram apoiar a vacinação contra a Covid-19 no Brasil.

De acordo com o estudo, mais da metade dos entrevistados pelo instituto afirmou que tiveram familiares contaminados ou internados em função de uma infecção pelo Coronavírus.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fiocruz, entre 22 e 29 de janeiro, com 173.178 participantes em todo o país.

Passaporte

Os pesquisadores da Fiocruz defendem que ainda é preciso cautela no retorno à vida presencial, pois somente 50% da população brasileira está vacinada e o índice é um espelho da lentidão no processo de vacinação.

“É fundamental que o Brasil adote o passaporte vacinal como uma política pública de estímulo à vacinação e proteção coletiva, além de reforçar para a população a importância da manutenção de outras medidas, como o uso de máscaras […]”, diz boletim da instituição.

Da Redação, com informações do Valor Econômico