A Secretária Executiva do Foro de São Paulo e Secretária Nacional de Relações Internacionais do PT, Monica Valente, apresentou nesta terça-feira, o resultado da Missão de Observação Política (MOP) do Foro de São Paulo, realizada na Colômbia entre os dias 18 e 22 de maio. Ela falou durante o 23º Encontro do Foro, que ocorre na Nicarágua.
Confira a íntegra da fala de Monica Valente no Foro de São Paulo:
“A partir das reuniões realizadas com o governo colombiano, organizações sociais e políticas, a missão das Nações Unidas na Colômbia e os guerrilheiros e guerrilheiras localizados na Colômbia, na Zona de Normalização Transitória Mariana Paez, localizada no oriente do país, foi possível compreender com maior profundidade o estado do processo de paz, seus acertos, inconvenientes e desafios, o que permitiu assinalar as seguintes preocupações:
As dificuldades na implementação o acordo final, agravadas pela falha da Corte Constitucional, que gera incerteza entre as partes e a sociedade civil, havendo instabilidade política e jurídica.
As precárias condições em que se encontram az zonas transitórias de transição, onde os guerrilheiros e guerrilheiras vivem seu processo de reincorporação política, social e econômica.
O assassinato de líderes e lideranças sociais, reclamantes de terras, defensores e defensoras de direitos humanos, ativistas pela paz, e integrantes e familiares das FARC-EP.
Essa primeira visita nos permite ratificar o compromisso das organizações membro do Foro de SP com a paz de Colômbia a partir do seguimento dos acordos de Havana, do respaldo da transformação das FARC-EP em partido político, o acompanhamento entre o governo colombiano e ELN, a denúncia e visibilização da situação de violação aos direitos humanos de líderes e lideranças sociais e políticas, porque a paz de Colômbia aporta o sonho latino-americano de fazer nossa região zona de paz.
A partir dos cinco dias de trabalho intenso e das reuniões realizadas, se propõe as seguintes iniciativas para se impulsionar desde o Foro de São Paulo:
- Fazer chegar ao Subcomitê das Nações Unidas de Prevenção da Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e solicitar que se tome medidas por estarem privados das condições elementares os que estão detidos, que não tem visitas, água potável, saúde, roupa, nem comunicação, nem atividades de reincorporação;
- Fazer a campanha pela liberdade dos prisioneiros políticos;
- Ratificar o compromisso dessa missão para chegar ao compromisso estabelecido de facilitar as condições de transformação das FARC-EP em novo partido;
- Solicitar que os países que integram o Foro de São Paulo, que constituam um Foro de amizade em seus parlamentos pela paz na Colômbia e que declarem em seus respectivos parlamentos a solicitação de cumprimento efetivo da implementação que tenha que ser ao menos discutida;
- Pensar uma agenda de meios que permita visibilizar a missão de observação política;
- Falar com o Papa antes de sua visita em setembro para que seja decisiva sua visita para o processo de paz;
- Convidar e sugerir que o partido da esquerda Europeia mantenha sua participação nessa missão política do Foro de São Paulo;
- Fazer uma Campanha de Solidariedade;
- Fazer campanha pela Paz que desvirtue o conceito de que guerrilheiros tem condições de vida melhor que os trabalhadores;
- Falar com a Comissão Interamericana, a Cruz Vermelha e a Anistia Internacional para enviar informes e que façam observações;
- Fazer carta modelo adjunta a declaração política para radicar nas embaixadas e consulados colombianos;
- Conhecer o estado de todas as Zonas de Normalização Transitória para visibilizar e difundir fotos;
- Promover delegação de congressistas parlamentares que com seus homólogos de Colômbia deem seguimento das leis que requerem a implementação do acordo”.
Da Redação da Agência PT de notícias