PT participa do 23º encontro do Foro de São Paulo na Nicarágua

Partidos irão discutir conjuntura de contraofensiva neoliberal, o processo de paz na Colômbia e programa alternativo para América Latina e Caribe

Comercio e Integración

Encontro do Foro de São Paulo em 2012

Entre os dias 15 e 19 de julho acontece o 23º Encontro do Foro de São Paulo, realizado em Manágua, capital da Nicarágua. O evento terá debates, encontros bilaterais e definirá diretrizes políticas, com representantes de mais de cem partidos políticos de esquerda da América Latina e Caribe. Também será feita a apresentação do processo de paz na Colômbia.

O foco inicial da reunião será a conjuntura regional. De acordo com a Secretária Executiva do Foro de São Paulo e Secretária Nacional de Relações Internacionais do PT, Monica Valente, “primeiro vamos analisar a conjuntura dessa contraofensiva neoliberal contra o projeto de desenvolvimento que caracterizou os primeiros 12 anos desse século”.

Ela destaca que embora exista uma contraofensiva, há resistência em todos os países. “No Brasil deram golpe, mas nem por isso estão governando e implementando seu projeto com facilidade, porque há resistência. O mesmo na Venezuela, El Salvador e outros países”.

“De cinco anos para cá, nossos partidos, quando no governo, têm sofrido ataques. Em alguns casos é golpe, como Brasil, Paraguai e Honduras,;em outros casos, como a Venezuela, é uma tentativa forte de desestabilização de governo democraticamente eleito. Na Argentina, Cristina Kirchner perdeu a eleição”.

Valente ressalta que “há um conjunto de dificuldades que estamos vivendo, fruto da contra ofensiva de um bloco histórico social a favor do neoliberalismo e do estado mínimo, que em cada país tem seus representantes”. Ainda assim, há vários países onde presidentes e deputados identificados com o Foro de São Paulo obtiveram vitórias. “Não é só resistência de mobilização social, mas também uma resistência político eleitoral”.

O Foro de São Paulo terá ainda discussões e encaminhamentos sobre questões mais específicas, com encontros de mulheres, jovens e parlamentares. Entre esses, há representantes no Parlasul (Parlamento do Mercosul), no Parlacen (Parlamento Centro-Americano) e no Parlatino (Parlamento Latino-Americano).

Proposições

Após a análise do quadro, o encontro deve definir diretrizes de trabalho para o próximo período. “Diante da crise econômica mundial que se intensifica vamos discutir um programa alternativo que é o Consenso de Nossa América. É um programa atualizado à conjuntura mundial, do que devemos fazer como região e países”, afirma Monica Valente.

A reunião que definiu esse documento foi realizada no início de 2017 com presença de chefes de Estado na Nicarágua, Venezuela e Cuba.

O Foro deve produzir documentos de repúdio ao golpe no Brasil, às reformas neoliberais, ao estado mínimo que Temer está implantando no país.

“O Consenso de Nossa América tem propostas políticas, muitas delas implementadas quando nós governamos e outras que avançam a partir da experiencia. No Brasil, o que ocorre vai na contramão de tudo isso. Provavelmente serão aprovados documentos de repúdio ao golpismo brasileiro”.

Colômbia

Dentro da programação, haverá uma conferência sobre os acordos de paz na Colômbia, que irá mostrar como foi o processo para a realização dos acordos, avanços e dificuldades. “Nossa região organizada na Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), na sua própria constituição afirmou que é de paz e livre de armas nucleares. Restava um processo de guerra, na Colômbia”, explica Valente.

Vários partidos do Foro de São Paulo e países governados por partidos do Foro participaram como acompanhantes e fiadores nas negociações entre guerrilha e governo colombiano. “Os acordos de paz estão sendo implementados. Nós do Foro queremos dar publicidade, divulgação e comprometer toda a região com o cumprimento desse acordo para que se cumpra a diretriz da Selac para que nossa região seja de paz”, afirma.

O Foro de São Paulo

Fundado em 1990 por iniciativa de Lula, o Foro de São Paulo é uma articulação plural de partidos alinhados ideologicamente com a esquerda, contra o neoliberalismo e pela paz, que respeita a autonomia de cada sigla. Representantes de países de outras regiões como Europa e Oriente Médio também participam do encontro, mas apenas como observadores.

De acordo com Monica Valente, “o Foro prima pela construção da unidade apesar das diferenças, que por vezes podem ser mais ideológicas, estratégicas ou táticas, entre os partidos. Respeita-se muito cada partido e cada país, na sua diversidade, complexidade e diretrizes estratégicas”.

Da Redação da Agência PT de notícias

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