Mulheres no Foro de SP reivindicam cargos de poder e decisão

Encontro debateu participação feminina na política com representantes de 17 países da América Latina e Caribe, além de EUA e Europa

Laisy Moriére

Encontro de mulheres do Foro de São Paulo

As mulheres reunidas no 23º Encontro do Foro de São Paulo debateram nesta terça (17) a necessidade de se ampliar o acesso a cargos de poder e decisão em seus respectivos partidos, além de seguir na luta para ampliar o acesso a políticas públicas como saúde reprodutiva e salários paritários em relação aos homens.

O encontro, que reuniu representantes de 17 países da América Latina e Caribe, além de Estados Unidos e Europa, também definiu apoio a Lula e à Venezuela.

“Foi um encontro muito bom”, avaliou Laisy Moriére, Secretária Nacional de Mulheres do PT. “As mulheres colocaram as conjunturas de seus países, muitos deles passando por crises.”

Ela destacou o exemplo de El Salvador, onde começa a ocorrer instabilidade política em parte do parlamento, que pode levar a um golpe similar ao ocorrido no Brasil.

Laisy relatou que, ao trocar experiências com mulheres de países como Panamá, Costa Rica ou Bolívia, constatou as mesmas questões que as mulheres do Brasil e do PT enfrentam.

“A questão dos cargos de poder e decisão, a questão de ter acesso a esses cargos, isso é fundamental para que a mulher possa implementar o que ela pensa, o que ela imagina, o que ela planeja para vida dela, a vida de sua família, a vida de seu país, e as mudanças que a gente sempre quer.”

As mulheres do Brasil, do Foro, querem continuar sempre promovendo a paz, declarando que a América Latina e o Caribe são zonas de paz, mas que as mulheres precisam ter mais espaço de poder e decisão, precisam ter mais condições de acessar esses espaços

“O grande desafio que a gente se colocou hoje foi de ocupar os cargos nos nossos partidos, cargos de poder e decisão, e ocupar cargos também nos nossos países para elaborar e implementar políticas que façam com que as mulheres mais simples, do povo, da periferia, possam ter uma vida melhor e ter acesso aos bens públicos, aos bens que necessitam para manter suas famílias e suas vidas.”

Questões como violência contra a mulher também foram colocadas em pauta. “A violência doméstica é um mal da sociedade mundial. O feminicídio ainda é muito recorrente em todos os países da América Latina, tem situações muito graves no México, e nós precisamos estar unidas para combater isso.”

Apoio a Lula, Venezuela, El Salvador e Cuba

O ex-presidente Lula, os governos venezuelano e de El Salvador, assim como a Revolução Cubana foram motivos de solidariedade das mulheres no Foro.

“Aprovamos uma resolução de apoio ao presidente Lula, contra a caçada implementada pela mídia golpista do Brasil e pelo juiz Moro”, relatou Laisy. “As mulheres se solidarizam com o presidente Lula e estão dispostas a lutar com o povo brasileiro e com o PT.”

Outra resolução aprovada foi o apoio ao governo da Venezuela, ao processo constitucional que está em curso no país – eleições ocorrerão no dia 30 de julho – e ao presidente Maduro e às mulheres venezuelanas. Laisy também destacou o apoio à Revolução Cubana, contra o bloqueio econômico a Cuba.

No caso de El Salvador, há um cerco no parlamento e uma das discussões que divide os parlamentares é a implementação da Cidade das Mulheres em cada estado do país.

“A Assembleia não quer isso no orçamento, não quer verba para que isso seja feito, prejudicando o acesso das mulheres aos bens públicos e o combate à violência doméstica.”

Queremos lutar com duas fortes mulheres da América Latina, Cristina Kirchner e Dilma Rousseff

“As mulheres do Brasil, do Foro, querem continuar sempre promovendo a paz, declarando que a América Latina e o Caribe são zonas de paz, mas que as mulheres precisam ter mais espaço de poder e decisão, precisam ter mais condições de acessar esses espaços”, reforçou Laisy.

“Nós queremos, claro, estar na luta de duas fortes mulheres da América Latina, a ex-presidenta da Argentina Cristina Kirchner e nossa ex-presidenta Dilma Rousseff, que foi arrancada do seu cargo por esse governo golpista. Somos solidárias, estamos firmes na luta até que a gente consiga avançar. O lema aqui é ‘As mulheres latino-americanas de esquerda, em pé, na luta contra as políticas hegemônicas e patriarcais de dominação imperial’.”

Da Redação da Agência PT de notícias

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