As Secretarias Estadual e Municipal de Mulheres do PT de São Paulo realizaram um debate feminista sobre “O que a reforma da Previdência reserva para as mulheres?”. O evento aconteceu nesta quinta-feira (28), na sede do Diretório Estadual do PT São Paulo e reuniu mulheres de diferentes frentes e movimentos sociais que discutiram como a proposta de Jair Bolsonaro (PSL) é prejudicial para todos os trabalhadores mas principalmente para as trabalhadoras.
A mesa foi composta pela representante do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos (Dieese), Adriana Marcolino e a Secretária da Mulher Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Junéia Batista, que explicaram de forma didática como a proposta de Bolsonaro é aterrorizante para o futuro do país.
Para Adriana, a reforma ataca todos os princípios da Constituição de 1988. “Tem que haver regras diferentes porque somos pessoas diferentes, mulheres e homens, então não dá pra fazer regras iguais e achar que vai abarcar todo mundo”. De acordo com ela, esse modelo de capitalização não deu certo em nenhum país que o adotou e os idosos e idosas acabaram na miséria.
Ela explica que mesmo com o regime atual de Previdência, as mulheres têm mais dificuldade de conseguir a aposentadoria, “15 anos de contribuição para as mulheres é muito mais difícil do que para os homens, porque elas possuem mais dificuldade de se manter nos empregos, por causa dos trabalhos domésticos que na maioria das vezes fica na obrigação delas, e por causa dos cuidados dos filhos, ou de pessoas doentes.”
Para Junéia, o momento é de debater essa reforma, “com os vizinhos, no mercado, nas filas, dentro de casa, é preciso explicar como essa proposta do governo Bolsonaro vai destruir a nossa vida se passar e por isso precisamos impedi-la.”
Adriana explicou também que o governo Bolsonaro “está mexendo no valor das aposentadorias e no tempo para se aposentar, quando poderiam ser pensadas diversas políticas que realmente melhorem a previdência. A contabilidade deveria ser repensada seguindo os preceitos da Constituição.”
Uma das justificativas para essa proposta de reforma é que a expectativa de vida dos brasileiros e brasileiras aumentou. Segundo Adriana, “se a população está vivendo mais, a gente deveria pensar em politicas de bem estar pros idosos e não como deixar eles na miséria.”
“Os objetivos dessa reforma, ao contrário do que Bolsonaro fala, são excluir os benefícios dos trabalhadores e trabalhadoras, e prejudicar principalmente as mulheres e homens do campo, os docentes e as pessoas que tem trabalho informal”, declarou Adriana.
Junéia afirmou que quando o governo fala que vai cortar privilégios está mentindo descaradamente, “um idoso receber um salário mínimo já é desumano, imagina com a proposta de Bolsonaro que ele vai receber menos que isso, é algo que não existe, uma injustiça sem tamanho”.
A secretária encerrou o debate convidando a todas as trabalhadoras e trabalhadores para defender a aposentadoria e lutar por um sistema de previdência mais justo para as mulheres e todos os demais impactados pela reforma. “É importante fazer esses debater e encher as ruas. Temos que fazer esse debate do ponto de vista da nossa sobrevivência.”
Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT