Viver no Brasil não está fácil nem mesmo para quem escapou do desemprego. Para conseguir pagar as contas, os trabalhadores têm, cada vez mais, recorrido ao salário do mês seguinte para quitar as dívidas de hoje. É o que mostra reportagem publicada nesse fim de semana pelo O Globo.
Segundo o jornal, essa estratégia para não ficar com o nome sujo na praça tem sido tão comum que a procura pela antecipação salarial em uma financeira que oferece o serviço cresceu 200% no primeiro semestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
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Para a vice-presidente da Creditas Benefícios, Viviane Sales, o mesmo fenômeno deve estar ocorrendo em várias empresas, com patrões antecipando salários. “Temos 80% da população brasileira endividada, 30% negativada e temos mais de 60% dos colaboradores com mais de 50% da renda comprometida”, descreve.
Trata-se de uma situação, evidentemente, muito preocupante. Além de contar com menos dinheiro no mês seguinte, o trabalhador corre o risco de gerar uma nova dívida caso passe a depender do serviço dessas empresas por vários meses.
Infelizmente, porém, não surpreende que os brasileiros estejam nessa situação. Ao longo do governo Bolsonaro, a renda e o poder de compra do trabalhador despencou. Bolsonaro é o primeiro presidente a reduzir o salário mínimo em termos reais. E, ao mesmo tempo, entrega uma inflação que, desde setembro do ano passado, está acima dos dois dígitos, hoje beirando os 12%.
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Trata-se de uma política que beneficia os ricos e massacra os trabalhadores, o oposto do que fazia Lula quando era presidente. Basta lembrar que nos governos do PT, o salário mínimo subiu 74% acima da inflação e o preço dos alimentos era controlado com uma série de medidas, como formação de estoques de alimentos e apoio à agricultura familiar.
Da Redação