Partido dos Trabalhadores

Pedido de demissão de 52 pesquisadores da Capes reflete crise na Educação

As demissões acontecem no mesmo mês que 37 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) deixaram funções de chefia antes das provas do Enem

Site do PT

Pedido de demissão de 52 pesquisadores da Capes reflete crise na Educação

Um total de 52 pesquisadores da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciaram desligamento do órgão, responsável pela avaliação dos cursos de pós-graduação no Brasil. Em menos de um mês, já são 89 servidores que representam a Educação no país que pedem demissão coletiva.

Os pesquisadores de Matemática e Física argumentam falta de respaldo da atual direção da Capes para as avaliações, atualmente suspensas por decisão da Justiça. Eles também denunciam pressão excessiva dos superiores pela liberação de cursos à distância em instituições privadas.

“Lamentamos ter que tomar essa atitude extrema, mas eventos recentes tangenciam a falta de respeito com os coordenadores de área”, diz um trecho da carta assinada pelos pesquisadores de Física e Astronomia.

Em entrevista ao Valor Econômico, Renato Carvalheira, integrante da diretoria-executiva do Sindicato Nacional de Gestores em Ciência e Tecnologia, diz que a expansão desmedida dos cursos EAD encontra resistência por parte dos professores. Ele lembra ainda que a Capes sofreu um corte significativo no orçamento, que passou de cerca de R$ 4 bilhões para menos de R$ 3 bilhões.

Entre os desmontes de Bolsonaro, em maio deste ano, as bolsas de mestrado e doutorado oferecidas pela Capes foram bloqueadas. Os cortes atingiram os programas DS (Demanda Social), Proex (Programa de Excelência Acadêmica), Prosuc (Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições Comunitárias de Ensino Superior), Prosup (Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares) e PND (Programa Nacional de Pós-Doutorado).

Crise no Inep

No início de novembro, 37 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) também pediram exoneração alegando “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima” do instituto.

Ainda, expondo a crise no Ministério da Educação, um grupo de funcionários do Inep que trabalharam no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) abriu mão da bonificação, em solidariedade aos colegas.

Crise na Ciência e Tecnologia

No mês passado, em protesto ao ataque do governo Bolsonaro à ciência brasileira, que reduziu 90% da verba do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), a comunidade universitária realizou atos em todo o país

A mobilização nacional foi convocada pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), em conjunto com as entidades signatárias da Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP-Br), como uma maneira de reagir aos novos cortes orçamentários que somam R$ 92 milhões nas verbas do MCTI e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Para a coordenadora do Setorial Nacional de Educação do Partido dos Trabalhadores (PT), Teresa Leitão, o novo pedido de demissão coletiva de profissionais educacionais representam o desprezo do governo de Bolsonaro com a Educação e o avanço da ciência no país.

“Mais uma vez, a exemplo do que houve no INEP, servidores públicos se revoltam contra a política da atual gestão federal. A demissão coletiva de 52 pesquisadores e pesquisadoras da Capes nos remete a duas conclusões: servidores concursados com espírito público existem; e acordos com o mercado pressionam a educação pública. Além dos cortes orçamentários, o assédio moral para influenciar na pesquisa dos técnicos e professores é mais uma demonstração do desprezo de Bolsonaro com o avanço da ciência”, ressalta.

Legado do PT pela educação

Para o PT, educação é direito do brasileiro, investimento e fator de desenvolvimento do país. Por isso, quando governou o país, o partido fez mais pelo setor do que qualquer governo jamais havia feito.

Confira, abaixo, o que o PT fez pela educação do país.

Da Redação, com informações da Folha de S. Paulo e Valor Econômico