A Polícia Federal executou na manhã desta quinta-feira (11) a 11ª fase da Operação Lesa Pátria, que tem como missão identificar os incentivadores e financiadores dos atos terroristas ocorridos em 8 de janeiro contra os Três Poderes da República, na capital federal.
Foram realizados pela PF um total de 22 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal em três estados: São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Não foram emitidos mandados de prisão desta vez pelo STF.
Apesar de a PF não divulgar nomes nem endereços, segundo reportagem publicada pelo site do jornal O Tempo, entre os alvos dessa fase da operação estão empresários, produtores rurais e colecionadores de armas, atiradores e caçadores esportivos, os chamados CACs.
Um dos mandados é contra o produtor rural Geraldo Cesar Killer, que aparece como doador de R$ 10 mil para a campanha de Jair Bolsonaro (PL) e fez outra doação do mesmo valor para o senador Marcos Pontes, ex-ministro de Ciência e Tecnologia. Na casa de Killer, em Bauru (SP), agentes apreenderam grande quantidade de dinheiro vivo durante a busca realizada nesta quinta.
Ainda segundo o site, no Mato Grosso do Sul, um dos alvos é o empresário Adoilto Fernandes Coronel, de Maracaju (MS). O nome dele já aparece nas investigações da PF como suposto financiador dos atos golpistas em uma lista de 53 pessoas físicas e sete jurídicas divulgada pela Advocacia-Geral da União (AGU) em fevereiro, sendo que todos tiveram contas bloqueadas. Ele está na lista de pessoas que terão que ressarcir R$ 20,7 milhões aos cofres públicos pelos atos de vandalismo.
Coronel é proprietário da Madeportas, empresa de materiais de construção, e também ocupa a função de 2º secretário da Associação Empresarial de Maracaju, e teria financiado uma caravana da cidade que levou 56 pessoas a Brasília no fim de semana do 8 de janeiro. Os policiais apreenderam um arsenal de armas na casa do empresário.
De acordo com a nota publicada pela Polícia Federal a respeito da fase da operação executada nesta quinta, o STF também determinou o bloqueio de bens dos alvos.
“Foi determinado o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados até o limite de R$ 40 milhões para cobertura e ressarcimento dos danos causados ao patrimônio público”, informou a PF em nota. “Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, diz trecho do documento.
A Operação Lesa Pátria, tratada como “permanente” pela PF, já cumpriu 69 mandados de prisão, desde a sua primeira fase, sendo 65 de prisão preventiva (sem prazo definido) e 4 de prisão temporária (com prazo determinado); além de 174 mandados de busca e apreensão. Até agora também já foram instaurados 17 inquéritos.
Da Redação