O convívio diário com os militantes do Acampamento Lula Livre em Curitiba mudou a visão de mundo de Regiane do Carmo Santos, que mora na mesma rua onde centenas de pessoas se mantêm em vigília pela liberdade do ex-presidente.
Antes avessa aos movimentos sociais, por causa do que ouvia nos meios de comunicação, ela decidiu abrir sua casa para apoiar os militantes. “Se eu tivesse um espaço maior, eu daria para eles ficarem. Se eu tivesse um prédio, eu daria para eles. A gente tem que tirar o chapéu para esse povo”, diz.
Regiane conta que a rejeição inicial foi superada no segundo dia do acampamento. “Para mim, foi uma surpresa positiva. No primeiro dia, a gente ficou meio assim. Depois, fui entrando no acampamento, conversando com o pessoal. Vi que aqui são todos iguais a nós. Como não apoiar, se somos todos iguais?”, afirma.
Regiane tem oferecido sua casa para que as mulheres acampadas tomem banho. Os homens usam o banheiro da casa ao lado, que é do irmão dela. “Estou apoiando eles. Os noticiários pintam uma coisa que não existe. Não estou mais ligando a TV para ver as notícias”, afirma.
Embora não seja militante, Regiane reconhece que a vida melhorou nos governos Lula: “Com Lula, conheci carne de primeira sem osso, compramos carro, geladeira.”
Regiane acha que a prisão de Lula é injusta. “Ele foi um bode expiatório do sistema. Comecei a pensar isso no sábado (7). Vou me filiar ao PT”, anuncia.
Luis Lomba, da Redação da Agência PT de Notícias