Partido dos Trabalhadores

Câmara aprova “Programa Crédito da Mulher” para fortalecer microempreendedoras

Com voto favorável da bancada do PT, projeto prevê apoio as mulheres empreendedoras no âmbito das instituições financeiras oficiais federais; projeto segue para votação no Senado Federal

Agência Brasil

Foto: Agência Brasil

A fim de oferecer novas formas, ferramentas e subsídios às mulheres empreendedoras para que elas possam se profissionalizar e sair da irregularidade, foi aprovado (2) o Programa Crédito da Mulher, primeiro projeto da Bancada Feminina para o mês de março – Mês da Mulher.

Com voto favorável da bancada do PT, o texto (PL 1883/21) foca no âmbito das instituições financeiras oficiais federais e estipula percentuais de concessão de crédito em programas já existentes, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

A proposta prevê que deverá haver busca ativa de potenciais empreendedoras, especialmente de mulheres negras e em condições de vulnerabilidade social. A iniciativa ainda precisa passar pelo Senado e só então irá para assinatura do presidente Lula.

As mulheres, além de serem a maioria da população e as principais chefes dos lares, sempre buscam maneiras diferentes para complementar a renda. Dessas ideias, muitas vezes, surge um empreendimento que oferece um dinheiro extra no fim do mês, e que para deslanchar falta o apoio e o suporte para a profissionalização do negócio.

Recorte de raça e renda

O texto determina que o programa seja divulgado pelos bancos e pelos meios oficiais de comunicação do Poder Executivo e diz que deverá haver busca ativa de potenciais empreendedoras, especialmente de mulheres negras e em condições de vulnerabilidade social.

A deputada Jack Rocha (PT-ES) explica que um programa de incentivo ao microempreendedorismo vem revolucionar a economia, sobretudo o desenvolvimento local, os lares chefiados por mulheres. Ela destacou, ainda, o recorte racial que a proposta traz. O texto prevê a fixação de um percentual mínimo dos financiamentos para negócios de mulheres negras de baixa renda ou com deficiência.

Pronampe

Pelo texto aprovado, no mínimo 25% dos recursos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) deverão ser emprestados às microempresas e empresas de pequeno porte controladas e dirigidas por mulheres. Dentro dessa reserva, percentuais mínimos dos recursos serão destinados às mulheres negras de baixa renda ou com deficiência.

O Pronampe deverá ter um planejamento para que seja alcançada igualdade na cobertura dos financiamentos segundo a proporção existente de microempresas e de pequeno porte controladas e dirigidas por mulheres.

A deputada estadual Erika Kokay (PT-DF) explicou que o projeto, que ainda precisa ser apreciado pelo Senado, trata de uma política de crédito, mas não apenas de uma política de crédito.

“Nós estamos falando de políticas que o governo federal tem que apresentar, de capacitação e de estímulo ao empreendedorismo. Isso me parece absolutamente fundamental, porque significa reconhecer que há uma lógica sexista, patriarcal…. Quando nós fazemos uma política específica de estímulo ao crédito e estímulo à autonomia financeira e ao empreendedorismo de mulheres, nós estamos reconhecendo a desigualdade de direitos na nossa sociedade”, observou Kokay.

“Essa política de crédito para as mulheres é importante porque reserva para as mulheres, no mínimo, 25% Pronampe. Ela também promove a busca ativa, o que é absolutamente fundamental, porque a busca ativa significa que o Estado vai buscar os empreendimentos ou as mulheres que podem ser beneficiadas”, explicou Erika Kokay.

Regulamentação

O projeto aprovado determina que um decreto do governo federal fixará as condições para a obtenção, junto a cada banco federal, de crédito para o financiamento de microempreendedoras, inclusive com taxa reduzida.

O decreto deverá definir cinco pontos:

1- planejamento e metas para se alcançar a igualdade na cobertura de financiamentos segundo a distribuição por sexo, com previsão de percentual mínimo para mulheres negras, de baixa renda ou com deficiência, definido segundo o critério populacional;

2 – condições que serão facilitadas, inclusive garantias e outros requisitos;

3 – as linhas de financiamento com taxas reduzidas de juros;

4 – os projetos de capacitação e auxílio a empreendedoras, voltados à expansão de negócios e a investimentos, especialmente com base em inovação e uso de novas tecnologias;

5 – e outros estímulos ao empreendedorismo feminino.

Do Elas por Elas, com informações do PT Câmara