Partido dos Trabalhadores

CPI avança sobre crimes de Bolsonaro com aprovação de requerimentos

Além de convocar os ministros da Saúde de Bolsonaro e o presidente da Anvisa, CPI da Covid determinou que governo federal envie documentos sobre vacinação, tratamento precoce e falta de insumos

Agência Senado

Senador Rogério Carvalho (PT-SE)

A CPI da Covid, no Senado Federal, deu, nesta quinta-feira (29), mais um passo importante para apurar os crimes cometidos pelo governo Bolsonaro durante a pandemia, com a aprovação de uma série de requerimentos apresentados pelo relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, Renan Calheiros (MDB-AL).

Os membros da CPI aprovaram as convocações dos quatro ministros da Saúde de Bolsonaro (Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e o atual, Marcelo Queiroga) e também do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres. O primeiro a ser ouvido será Mandetta, na próxima terça-feira (4).

Além disso, foram aprovados sete requerimentos de informações que ajudarão a esclarecer alguns dos pontos mais sombrios da atuação de Jair Bolsonaro, como a recusa de oferta de vacinas; a sabotagem às medidas de prevenção contra a Covid-19, o estímulo e gasto de dinheiro público com cloroquina e outros remédios sem eficácia, a falta de insumos para profissionais de saúde e hospitais e a falta de oxigênio nos hospitais de Manaus (veja a lista de requerimentos de informação abaixo).

Com relação à tragédia ocorrida no Amazonas, o pedido é o de que as autoridades de saúde do Amazonas e de Manaus enviem à CPI todos os pedidos de auxílio e de envio de suprimentos hospitalares, em especial oxigênio, encaminhados ao governo federal, assim como as respostas dadas pelo Executivo federal.

O senador Humberto Costa (PT-PE), destacou a importância do requerimento feito às autoridades de Manaus. “Na crise que se desenvolveu em Manaus, as UPAs, por exemplo, foram espaços onde acontecer internações, em alguns casos até intubações. Até unidade do Saúde da Família foi usado para atendimento emergencial. A informação da Prefeitura pode ser ‘eu demandei do governo do estado e não recebi’, ou ‘eu demandei do Ministério da Saúde e não recebi’ ou ‘eu cumpri minha responsabilidade de fazer'”, exemplificou.

Insensibilidade governista

Senadores governistas bem que tentaram atrasar ou até mesmo obstruir os trabalhos, interrompendo a todo instante o andar dos trabalhos e pedindo a votação de outros requerimentos. Não só fracassaram como ainda receberam uma lição do relator.

“Estamos diante de uma evidente obstrução. Essa CPI era para ter sido instalada em fevereiro. Os senhores não quiseram a instalação, nem o governo quis. Nós tivemos de conquistar a instalação no Supremo Tribunal Federal. Hoje, chegaremos a 400 mil mortos! Nós temos de saber o que podemos fazer para atrasar esse calendário (de mortes). Isso é de uma falta de sensibilidade…”, disse Renan Calheiros sobre a forma de atuar dos governistas.

Uma das estratégias dos governistas foi ocupar o início da sessão com uma questão de ordem para fazer com que as audiências de convocado tenham de ser presenciais. O argumento foi rebatido pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE).

“Hoje, só há uma situação em que se questiona o trabalho remoto da Justiça que é a audiência de custódia. É importante dizer que essa CPI é a garantia do direito da minoria de exercer sua plena função parlamentar. É possível, com toda a tecnologia, fazermos acareações, audiências públicas, reuniões secretas, tudo que precisarmos de forma presencial, semipresencial ou remota. A tecnologia nos permite isso”, destacou o senador.

Veja quais foram os requerimentos de informação aprovados:

Da Redação, com PT no Senado