Partido dos Trabalhadores

Em carta, líderes de todo o mundo rechaçam golpismo de Bolsonaro

Carta com mais de 150 assinaturas, incluindo de parlamentares, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, denuncia intenções antidemocráticas de Bolsonaro no 7 de setembro. “Estamos atentos”, afirmam signatários

Líderes políticos e intelectuais de 26 países divulgaram, nesta segunda-feira (6), uma carta na qual denunciam as intenções golpistas e antidemocráticas de Jair Bolsonaro ao convocar seus apoiadores para uma manifestação contra as instituições brasileiras, sobretudo o Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira, 7 de setembro.

Assinam o texto o ex-primeiro ministro da Espanha José Luis Rodrigues Zapatero; o ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo; o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper; o vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1980, Adolfo Pérez Esquivel; o professor norte-americano Noam Chomski; e o vice-presidente do Parlamento do Mercosul, Oscar Laborde; além de aproximadamente 150 parlamentares de todo o mundo, incluindo América Latina, Europa, Estados Unidos e Austrália.

Eles denunciam episódios recentes em que Bolsonaro se mostrou antidemocrático, como no ataque às urnas eletrônicas e no recente desfile de tanques em frente ao Congresso Nacional, e citam as denúncias de que o atual presidente brasileiro tenta incentivar seus apoiadores a repetir no Brasil o ataques que eleitores de Donald Trump realizaram ao Capitólio, a sede do Congresso americano.

“O povo brasileiro lutou por décadas para garantir a democracia contra uma ditadura militar. Não se pode permitir que Bolsonaro a roube agora”, dizem os signatários, logo após avisar: “Estamos atentos para defender as instituições democráticas brasileiras durante e depois do 7 de Setembro”.

Segundo informa a Folha de S. Paulo, a carta foi coordenada pela Progressive International, rede global progressista que busca conter o avanço da direita no mundo. No mês passado, a entidade enviou uma delegação ao Brasil para sondar ameaças do governo Jair Bolsonaro.

Atos Fora Bolsonaro

Enquanto Bolsonaro atenta contra a democracia, o povo brasileiro vai às ruas no 7 de Setembro pelas pautas que realmente importam ao país, como mais vacina, mais renda, mais educação e menos fome. As mobilizações ocorrerão em todo o Brasil (veja locais aqui).

O Partido dos Trabalhadores já chamou sua militância para se juntar ao Grito dos Excluídos, movimento que há 27 anos aproveita o Dia da Independência para defender os interesses da parte mais vulnerável da população brasileira.

“O Grito dos Excluídos acontece há 21 anos, sempre com pautas diferenciadas, dependendo do ano. E, neste ano, é a crise do povo. E nós precisamos estar juntos do povo brasileiro, porque essa é a nossa pauta”, diz a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, em vídeo no qual convida a militância para participar dos atos (assista abaixo).

Leia a íntegra da carta  contra Bolsonaro abaixo (em inglês):

“We, elected representatives and leaders from around the world, are sounding the alarm: On 7 September 2021, an insurrection will endanger democracy in Brazil.

Right now, President Jair Bolsonaro and his allies — including white supremacist groups, military police, and public officials at every level of government — are preparing a nation-wide march against the Supreme Court and Congress on 7 September, stoking fears of a coup in the world’s third largest democracy.

President Bolsonaro has escalated his attacks on Brazil’s democratic institutions in recent weeks. On 10 August, he directed an unprecedented military parade through the capital city of Brasília, as his allies in Congress pushed sweeping reforms to the country’s electoral system, widely considered to be one of the most trustworthy in the world. Bolsonaro and his government have threatened — several times — to cancel the 2022 presidential elections if Congress fails to approve these reforms.

Now, Bolsonaro is calling on his followers to travel to Brasília on 7 September in an act of intimidation of the country’s democratic institutions. According to a message shared by the President on 21 August, the march is preparation for a “necessary counter-coup” against the Congress and the Supreme Court. The message claimed that Brazil’s “communist constitution” has taken away Bolsonaro’s power, and accused “the Judiciary, the left, and a whole apparatus of hidden interests” of conspiring against him.

Members of Congress in Brazil have warned that the 7 September mobilization has been modeled on the insurrection at the United States Capital on 6 January 2021, when then-president Donald Trump encouraged his supporters to “stop the steal” with false claims of electoral fraud in the 2020 presidential elections.

We are gravely concerned about the imminent threat to Brazil’s democratic institutions — and we stand vigilant to defend them ahead of 7 September and after. The people of Brazil have struggled for decades to secure democracy from military rule. Bolsonaro must not be permitted to rob them of it now.”

Da Redação