Partido dos Trabalhadores

“Enfrentar a misoginia e o machismo ainda é uma batalha”, diz Gleisi

A presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, celebra a conquista do voto feminino, mas afirma que a luta é permanente e a desigualdade ainda é grande

Arquivo Nacional/Site do PT

90 anos do voto feminino: “Enfrentar a misoginia e o machismo ainda é uma batalha”, diz Gleisi

A conquista do voto feminino completa 90 anos no Brasil nesta quinta-feira, 24. Mesmo diante desta significativa vitória, instituída no país em 24 de fevereiro de 1932, a luta das mulheres contra a desigualdade de gênero e o combate ao patriarcado é permanente.

A presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, ressalta que o enfrentamento à misoginia e ao machismo ainda é uma batalha nos dias de hoje. Exemplo disso, é machismo no governo de Jair Bolsonaro, que resultou em um prejuízo de R$ 5 milhões para a União por “abuso da liberdade de expressão no desempenho do poder estatal e afronta aos deveres basilares no desempenho das atribuições de seus cargos”.

Em junho do ano passado, a Justiça Federal ordenou que a União pague indenizações por falas machistas de Bolsonaro, do ministro da Economia, Paulo Guedes, e da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.

Mesmo assim, Gleisi Hoffmann celebra os 90 anos do voto feminino no Brasil como uma grande conquista do movimento das mulheres e que vai levar mais de 77 milhões de brasileiras para votar nas eleições de outubro.

A presidenta do PT ressalta ainda que, mesmo com as inúmeras conquistas do movimento feminino no país, a luta por espaço na política, por igualdade de direitos e o combate à violência de gênero permanece.

“A desigualdade é grande. Enfrentar a misoginia e o machismo é uma batalha de hoje e sempre até que todas nós mulheres tenhamos voz e vez na sociedade, sem sermos atacadas e sem ter que pedir licença pra nada. Afinal, somos maioria da população brasileira e maioria do eleitorado. Aproveito para chamar as meninas de 16 anos para que exerçam sua cidadania e não deixem de votar, assim vamos conquistando mais espaços de poder.

Conquista estratégica

Para a secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Karolyne, o voto das mulheres foi uma conquista estratégica para o movimento feminista diante de uma sociedade brasileira racista e machista.

Destaca também que “quando se trata de desigualdade de gênero nas estruturas de poder, o direito ao voto é o primeiro passo. Prova disso é o baixo número de mulheres nos espaços políticos, mesmo compondo mais da metade da população”.

“Ampliar a participação feminina, combater a violência política de gênero, garantir cotas, políticas públicas na ponta e transformar a cultura patriarcal são demandas que acompanham e avança na luta pelo direito ao voto. Por isso que, hoje, quando se fala em diálogos para reconstruir o Brasil, não é possível fazê-los sem estar profundamente conectado às demandas e à participação das mulheres”.

A bandeira feminina pelo direito à participação política iniciou décadas antes da Constituição Federal assegurar o voto das mulheres. Em 1891, foi apresentada proposta de emenda à Constituição brasileira que trazia essa prerrogativa. A proposta, contudo, foi rejeitada.

A conquista do voto foi possível após a organização de movimentos feministas no início do século XX, que atuaram intensamente no movimento sufragista, influenciados, sobretudo, pela luta das mulheres nos EUA e na Europa por direitos políticos.

Conquistas do movimento feminista no Brasil

Confira alguns marcos importantes na garantia dos direitos das mulheres ao longo da história do país:

Da Redação, com informações do Nossa Causa