Auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que, além da ameaça de apagão devido à incompetência do governo federal, desde 2017 os consumidores brasileiros foram roubados na cobrança de tarifa de energia elétrica.
Estudo divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo, que teve acesso ao documento, mostra que supostos erros do governo em projeções de produção entre 2017 e 2020 chegaram a produzir um impacto médio de 5% no valor das contas. Isso fez com que os consumidores pagassem R$ 5,2 bilhões a mais nas contas de luz.
A auditoria analisou como a falta de chuvas impacta o setor, e a CGU conclui que boa parte dos custos que dragam a renda da população decorre de fatores “sem qualquer relação com o índice de precipitações” das chuvas, ao contrário do que alegam o setor e o governo.
O levantamento mostra que R$ 2,22 bilhões bancaram custos com “frustração de energia” hidrelétrica, isso porque a capacidade usada como referência pelo governo para abastecer o país está “desatualizada”, ou seja, as usinas já não produzem tudo aquilo que dizem. Coube então ao cidadão bancar essa diferença. Outro “erro de cálculo” diz respeito à programação planejada para a usina de Belo Monte, em sua fase de motorização.
A produção esperada não se confirmou e, segundo a CGU, foi preciso comprar essa energia de outras usinas, ao custo de mais R$ 2,3 bilhões. Outros R$ 693 milhões foram pagos devido ao atraso em linhas de transmissão, o que fez com que usinas da Amazônia liberassem água sem produzir energia, por não ter como distribuir.
“É necessária a rediscussão da alocação desses custos, especialmente aqueles relacionados a questões alheias ao risco hidrológico, de modo que não sejam os consumidores de energia elétrica os únicos a suportarem os efeitos financeiros”, diz a auditoria da CGU.
Da Redação