Partido dos Trabalhadores

Lula: “É preciso paz para que a família brasileira volte a ter esperança” 

Em entrevista à CNN, Lula diz que Brasil precisa superar o “governo da confusão” para voltar a crescer. “Não quero governar o Brasil, quero cuidar do povo brasileiro”, afirma

Ricardo Stuckert

Lula, na CNN: "Tenho certeza de que é possível a gente recuperar a economia" (foto: Ricardo Stuckert)

Paz para crescer. É disso que o Brasil precisa e é isso que Lula se comprometeu a construir caso ganhe as eleições para presidente, durante entrevista à CNN Brasil (assista à íntegra abaixo), na noite desta segunda-feira (12).

“Você não pode presidir um país para tentar instigar a confusão. Este país precisa de paz para crescer, para melhorar. E quem pode fazer isso é o presidente da República. É o comportamento dele que dita um pouco as regras do que vai acontecer na sociedade”, analisou.

Na opinião de Lula, os brasileiros não conseguem viver em paz e sonhar com dias melhores com um presidente como Jair Bolsonaro. “O atual presidente vive de provocar, de instigar, de desrespeitar, de ofender ministro da Suprema Corte. E eu não faço isso. Vamos ganhar as eleições para reconstruir a paz neste país, para que a família brasileira possa viver bem e voltar a ter esperança. Não quero governar o Brasil, quero cuidar do povo brasileiro”, disse.

Lula denunciou que o estilo violento de Bolsonaro se espalha para outras áreas. Além de transformar as eleições em uma disputa violenta, na qual dois eleitores do PT já foram assassinados e uma senhora humilde foi humilhada por um empresário bolsonarista, o atual governo espalha armas pelo país. “Ele acha que quem compra armas são os coroinhas de igrejas? Não, quem está comprando armas é o crime organizado”, alertou.

Meio ambiente e relação com outros países

Essa forma de governar também acabou isolando o Brasil internacionalmente e facilitando ataques aos indígenas, quilombolas e ao meio ambiente. “O Brasil desapareceu (internacionalmente). E o Brasil tem voltar. O Brasil nunca teve contencioso com ninguém, quem criou foi o atual presidente”, observou.

Lula disse que pretende restabelecer as relações com outros países para atrair recursos tanto para o desenvolvimento econômico quanto para a preservação das florestas. E disse contar com o apoio dos empresários do agronegócio brasileiro que são sérios. 

LEIA MAIS: Lembre as ações de Lula e do PT na área ambiental

“Os quilombolas têm que ter direito à sua terra, os indígenas não podem ser vítimas de garimpo. Nós sempre vamos governar para todos, mas os mais necessitados terão a nossa preferência no tratamento. E, aí, tem empresários grandes na área da agricultura que se comportam dignamente, que produzem, vendem, exportam e respeitam. Para quem não quiser respeitar, existe a lei”, afirmou.

Para governar para todos, Lula disse que sua prioridade será retomar os investimentos públicos para financiar grandes obras e gerar empregos. Também afirmou que buscará governar transmitindo credibilidade, estabilidade e previsibilidade.

E garantiu que, por ser muito mais experiente hoje do que era em 2003, quando assumiu a Presidência, tem certeza de que o Brasil tem jeito. “A razão pela qual estou candidato hoje é porque eu tenho certeza de que é possível a gente recuperar a economia, voltar a gerar emprego, voltar a aumentar o salário mínimo e garantir que a sociedade volte a comer três vezes ao dia.”

Bolsonaro deve explicações

Questionado no começo da entrevista sobre corrupção, Lula lembrou que a grande diferença entre ele e Bolsonaro é que no seu governo era permitido investigar e que, no atual, há sigilo de 100 anos para tudo. Além disso, Lula já provou sua inocência na Justiça, enquanto Bolsonaro permite o orçamento secreto e não explica como sua família usou dinheiro vivo na compra de 51 dos mais de 100 imóveis que adquiriu.

Lula ainda se comprometeu a continuar apoiando a investigação de crimes, mas alertou que o péssimo exemplo da Lava Jato não pode se repetir: “O problema foi terem beneficiado bandidos (com delações premiadas) para tentar colocar a culpa em mim”.

Da Redação