Ao lançar as diretrizes que vão orientar o programa de governo de sua futura chapa com Geraldo Alckmin, Lula defendeu, nesta terça-feira (21), o resgate da soberania nacional.
“Se a gente está falando em reconstrução, a gente deveria comparar essas diretrizes à construção de uma casa. Nós vamos ter os tijolos da parede que significa acabar com a fome outra vez, vamos ter os tijolos que significam aumentar o salário mínimo e nós vamos construindo tijolo por tijolo até chegar na cobertura da casa, que é o material da soberania”, explicou o ex-presidente.
Em seguida, ele deixou claro o que entende por essa palavra: “Este país precisa voltar a ser soberano. E um país não será soberano apenas porque cuida da fronteira, do espaço aérea. Não. Um país será soberano quando seu povo for respeitado, tiver emprego, tiver educação, tiver salário, comer, tiver saúde. Quando o povo tiver conquistado uma cidadania digna, que todo ser humano tem direito, que está na nossa Constituição, está na Declaração Universal dos Direitos Humanos e está, inclusive, na Bíblia.”
Como o nome indica, o documento apresentado (baixe aqui a íntegra) não é um programa de governo pronto, mas a base para se chegar a esse programa. “Este documento não é a chegada, é um ponto de partida”, ressaltou o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, que coordenou a elaboração das diretrizes, construídas pelos sete partidos que integram o movimento Vamos Juntos pelo Brasil.
Construção coletiva
Para se chegar ao programa final, contribuições de toda a sociedade serão colhidas por meio de uma plataforma digital, também apresentada no evento (clique aqui para acessá-la), uma iniciativa saudada pelo ex-presidente Lula.
“Quando a gente toma a decisão de fazer uma plataforma é porque nós queremos que a sociedade brasileira assuma a plenitude da sua responsabilidade e diga ‘eu elegi vocês, mas eu quero participar da minha governança, eu quero dar o meu pitaco, dar o meu palpite’”, disse Lula.
Segundo o ex-presidente, a construção coletiva do programa de governo pode ser vista como uma espécie de ensaio para que o orçamento da União, caso ele volte a governar o país, também seja construído com a participação da sociedade.
“Nós estamos dando a demonstração de que nós não temos medo. E eles têm que se preparar porque, no orçamento da União, nós vamos reproduzir a plataforma para construir o orçamento nacional. Nós já tivemos sucesso extraordinário nas prefeituras (com o orçamento participativo). Não dá para a gente recuperar este país com orçamento secreto. Não dá, efetivamente não dá”, afirmou.
Alckmin: “A democracia nos une”
Indicado pelo PSB para ser vice de Lula na chapa a ser lançada pelo movimento Vamos Juntos pelo Brasil, Geraldo Alckmin defendeu um governo que promova o crescimento econômico com distribuição de renda e saudou a união inédita dos partidos progressistas em torno de uma só pré-candidatura.
“O valor maior que nos une é a democracia. Nós precisamos ter boas instituições e fortalecer a Federação. Hoje, é só briga entre o governo federal, governadores, prefeitos. Vamos unir o país para a gente avançar mais. É uma questão de lado. E nós estamos do lado do povo e do lado da democracia. Vamos juntos”, convidou o ex-governador de São Paulo.
Gleisi: “Aqui está a saída para o Brasil”
Estavam presentes líderes dos sete partidos que integram o Vamos Juntos pelo Brasil: Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT; Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB; Luciana Santos, vice-governadora de Pernambuco e presidenta nacional do PCdoB; José Luiz Penna, presidente nacional do PV; Juliano Medeiros, presidente nacional do PSol; Randolfe Rodrigues, senador e integrante da Rede; e Paulinho da Força, presidente nacional do Solidariedade.
Gleisi agradeceu o empenho de todas as siglas na construção do documento, que, segundo ela, apresenta uma saída para o Brasil escapar do governo destrutivo de Jair Bolsonaro.
“Esse documento tem uma síntese do que pensam todos que estão nessa caminhada. Obviamente que a vida do povo é a centralidade. Combater a fome e a miséria é a primeira coisa que nós temos que fazer. Garantir comida na mesa do povo brasileiro, garantir que o custo de vida não desestruture as famílias e que a gente tenha um país desenvolvido. Aqui está a saída para o Brasil, não tenho dúvidas”, afirmou.
Da Redação