Foram oito dias, 21 cidades entre os vales do Rio Doce, Mucuri e Jequitinhonha, muita emoção, histórias de transformação de vida com os governos do PT. Lula provou que o povo segue ao seu lado e não é por acaso que lidera em todas as pesquisas de intenção de voto. A Caravana percorreu boa parte do centro e norte de Minas Gerais, terminando em Belo Horizonte, e contou com a presença da presidenta eleita Dilma Rousseff e do governador Fernando Pimentel.
Confira abaixo o material da Agência PT, que fez uma cobertura completa, com duas equipes: uma acompanhou o comboio presidencial, a outra seguiu alguns dias à frente colhendo histórias e personagens do povo mineiro, ansioso pela chegada do ex-presidente e grato por tudo que ele fez pelo Estado. Reveja, dia a dia, toda a cobertura da viagem de Lula por Minas Gerais.
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Em 1979, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Ipatinga, Minas Gerais. Agora, 38 anos depois, ele volta à região com a caravana Lula pelo Brasil, etapa Minas.
Em um ato marcado por manifestações místicas em defesa da democracia, da soberania nacional e pela história de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, por homenagens de bordadeiras mineiras, o ex-presidente iniciou a caravana na região, nesta segunda-feira (23).
Estamos começando mais uma caravana para que a gente possa fazer uma espécie de medição do que era o Brasil há pouco tempo e o que está virando o Brasil hoje
Acompanhado pela presidenta eleita Dilma Rousseff; pela presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann; pelo deputado federal Patrus Ananias; pelo vice-presidente do PT e coordenador da caravana, Marcio Macedo; pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas; pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), além de outras lideranças.
Lula relembrou que esteve inúmeras vezes na região do Vale do Aço para a luta dos trabalhadores. Ele disse sentir “prazer” em começar a caravana em um local com o significado de Ipatinga.
”Eu sinto prazer em estar aqui para dizer para vocês que estamos começando mais uma caravana para que a gente possa fazer uma espécie de medição do que era o Brasil há pouco tempo e o que está virando o Brasil hoje.”
“É por isso que eu vim a Minas Gerais outra vez. A primeira vez que eu vim aqui, para criar o PT, eu peguei um carrinho, saí daqui fui pro Vale do Aço, do Mucuri, do Jequitinhonha. Eu não quero conhecer o mapa. O mapa não tem alma, não tem coração. Eu quero saber é do povo de Minas Gerais. Como é que ele é e como é que ele vive”.
Ele lembrou a crise que assola os brasileiros e citou, como exemplo, o desemprego e a falta de valorização salarial na região. “quantos empregos a Usiminas gerava e hoje está gerando? Quanto de aumento de salário os trabalhadores recebiam e quanto estão recebendo? Qual a expectativa da juventude e qual o pesadelo da juventude com o governo golpista?”.
Lula também falou sobre o pessimismo que dominava especialistas quando assumiu a Presidência. “Eu acho que só ganhei as eleições exatamente porque muita gente achava que não ia dar certo e eu resumi para provar que o PT sabia fazer”.
Nascida em Minas Gerais, Dilma voltou ao estado nesta segunda-feira acompanhada pelo presidente Lula para o primeiro dia da caravana no estado. “Eu nasci aqui. Eu sei que quem nasce aqui tem sempre uma capacidade: a de pensar em Minas Gerais, mas pelo próprio tamanho de Minas, pensar também no nosso Brasil”.
A caravana #LulaPorMinasGerais começou! E o povo está com @LulapeloBrasil https://t.co/8lTSUU9J52 pic.twitter.com/A5MwZTZSpp
— PT Brasil (@ptbrasil) October 23, 2017
“A caravana é uma caravana para que a gente possa conversar com vocês. Conversar sobre o que está acontecendo com o nosso País. Porque o que está acontecendo é muito grave. Deram um golpe parlamentar e tiraram uma presidenta eleita por vocês. Com 54,5 milhões de votos. Fizeram isso porque tinham perdido quatro eleições presidenciais”, afirmou.
“Aqui começa essa trajetória de discussão com o Lula. Honrando Minas Gerais. Transformando essa caravana numa discussão a respeito do que nós vamos ter que fazer no futuro para impedir que essa venda das nossas riquezas prossiga”, completou Dilma.
A presidenta eleita condenou o impeachment e voltou a apresentar os motivos pelos quais sofreu um golpe parlamentar. “Eles tentam acabar com o acesso a algo que importante em qualquer lugar do mundo: a riqueza do pré-sal. Mas eles não pararam aí. Eles também abriram a possibilidade de vender as nossas terras férteis para estrangeiros. É por isso que esse golpe foi dado”.
Emocionado com a chegada da caravana em Minas Gerais, o governador do estado, Fernando Pimentel (PT), lembrou: “eu só escuto uma única voz que só diz uma frase: é Lula de novo, com a força do povo. Os mineiros te recebem aqui como se você estivesse em sua casa. O povo de Minas Gerais é grato a você, Lula”.
O vice-presidente do PT e coordenador da caravana, Marcio Macedo, lembrou que a caravana faz parte de um “diagnóstico” que o ex-presidente Lula quer fazer do Brasil. “Hoje começa a caravana de lula por Minas Gerais. Minas vai tomar conta de Lula a semana inteira. É uma caravana do diagnótico, que Lula quer ouvir vocês”, afirmou.
Patrus Ananias, deputado federal pelo PT-MG, ex-ministro dos governos Lula e Dilma, fez a defesa da soberania nacional durante o primeiro ato da caravana de Lula por Minas Gerais. “Eu tive a alegria e o prazer de ser ministro de Lula e Dilma. Um país soberano é um país que cuida do seu povo. O governo golpista está destruindo os direitos sociais. Estão desmontando a soberania do nosso País”.
Para a presidenta do PT em Minas Gerais, Cida de Jesus, Lula representa esperança, resistência e coragem para os mineiros. “A solidariedade dos mineiros com o senhor não só pelo seu governo e pelo desenvolvimento no seu governo em Minas Gerais. Você também é a esperança, resistência e coragem. Sinta-se abraçado pelos mineiros e mineiras. Essa caravana será um sucesso porque foi construída a várias mãos”, disse.
Durante a fala da presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, os gritos por “ Fora Temer” tomaram conta do ato. Gleisi defendeu a luta em defesa da volta de Dilma à Presidência da República. “Temos que lutar para que o Supremo Tribunal Federal anule o impeachment e para que Dilma volte à Presidência. Essa é a presidenta legítima”, disse, acompanhada por Dilma Rousseff.
“Nós só vamos ter um Brasil altivo e ativo de novo quando tivermos um governo democrático, eleito pelo povo”, completou Gleisi.
Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), fez uma homenagem aos trabalhadores que foram chacinados em Ipatinga, em 1963. Em uma manhã de outubro daquele ano, policiais militares dispararam em direção a uma multidão de trabalhadores da Usiminas.
“Aqui é terra de luta, em uma greve foram assassinados vários trabalhadores. A escola 7 de outubro foi criada para lembrar o dia do massacre. Metalúrgicos que fizeram o enfrentamento e foram chacinados. Naquele momento, Lula foi um dos construtores da história”, lembrou Vagner.
O presidente da CUT também defendeu a revogação do impeachment e a volta de Dilma à Presidência da República. “Precisamos de Diretas Já e, acima de tudo, eleger o presidente Lula com o compromisso de fazer o plebiscito revogatório para revogar, com a força do povo, todas as medidas que os golpistas fizeram contra a classe operária”.
Por Clarice Cardoso e Mariana Zoccoli, enviadas especiais à Minas Gerais para a caravana Lula pelo Brasil, para a Agência PT de Notícias
Depois de passar pelo Nordeste com a caravana Lula pelo Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca em Minas Gerais no dia 23 de outubro, onde percorrerá as estradas do estado até o dia 30 do mesmo mês. Para deputados da bancada mineira do PT, a viagem de Lulasimbolizará a esperança em um projeto de desenvolvimento do país. Além disso, poderá ser um momento de conscientização para a resistência e luta do povo.
O percurso da caravana será todo feito de ônibus por Lula e envolve sete regiões do estado, totalizando, pelo menos, 14 cidades. Lula inicia sua caravana por Minas pelo Vale do Aço, um dos berços do Partido dos Trabalhadores, em Ipatinga, no ato “Em defesa da soberania nacional”.
Depois do ato de abertura, a caravana segue para o Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha, passa pelo Norte de Minas, Região Metropolitana de Belo Horizonte e termina em um grande ato na capital mineira, no dia 30 de outubro.
Para o deputado Padre João, essas caravanas significam um resgate da esperança para o povo. “Em um momento que o País vivia refém do FMI, do capital internacional, o Lula veio e deu uma guinada no país, tirando milhões de brasileiros do Mapa da Fome com as universidades, os institutos federais, incentivos à agricultura familiar. Depois do golpe, o país está voltando ao abismo”, diz. A deputada Margarida Salomão também acredita que o povo poderá ver na caravana uma grande esperança.
“O povo mineiro tem muitas saudades de Lula e Dilma. Lula encontrará um povo amigo, que quer abraçá-lo”, diz Salomão. A deputada destacou a grande expansão do ensino federal no Estado sob os governos petistas. 95 cidades ganharam institutos e universidades federais. Margarida lembra, porém, que, apesar da ação corajosa do governador Fernando Pimentel, o Estado foi afetado pela crise instaurada pelo governo golpista de Michel Temer.
Já para o deputado Adelmo Leão, Lula será a força motivadora de conscientização do povo. “O processo de quebra desse golpe está nas mãos do povo e Lula é um símbolo”, afirmou.
Adelmo lembra que Minas Gerais também é vítima da destruição que o Brasil está vivendo, da educação, saúde, políticas públicas de um modo geral. E, por isso, a visita de Lula é importante para a conscientização do povo.
Lula começa a caravana por Ipatinga, cidade que, segundo o deputado Reginaldo Lopes, vive a crise da siderurgia que atinge todo o país. “Há um desmonte da siderurgia, e o vale do aço sofre com a recessão e estagnação”, disse. E depois, conta ele, o ex-presidente Lula vai percorrer o país real, como o vale do Mucuri e o Vale do Jequitinhonha.
“A caravana vai pegar a região mais pobre de Minas, começa pelo Vale do Aço em Ipatinga, que já foi uma região próspera e está enfrentando grave crise. Passa por Governador Valadares, que vem enfrentando desafios no campo social, depois Vale do Mucuri, o Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do Brasil, vindo para direção de Belo Horizonte passando por Diamantina, Bocaiúva e Cordisburgo, terra de Guimarães Rosa”, explica o deputado Patrus Ananias.
O norte mineiro é uma região de semi-árido e sofre com a crise hídrica. Para Reginaldo Lopes, é uma vergonha que, em pleno século XXI, o Brasil não tenha políticas públicas de combate à seca – os recursos para a construção de cisternas foram cortados em 96%.
“Em toda Minas Gerais temos que rediscutir a questão hídrica, nossa relação com a mãe terra e toda a biodiversidade, com as matas, recuperação das nascentes”, afirma Padre João. “Ao começar em Ipatinga – é ali no Vale do Aço, onde já passa o rio Doce – vamos discutir o crime da Vale e da Samarco. Que mineração que queremos? Para quem são essas riquezas naturais?”, questiona.
Para o deputado Patrus Ananias, “as caravanas são importantes para resgatar o legado dos nossos governos, porque os golpistas estão muito empenhados em desconstituir tudo que nós fizemos. O legado é muito importante, sobretudo no campo social. Tiramos milhões de famílias da miséria, da pobreza extrema”.
Adelmo denúncia que o país vive um novo momento de concentração de riquezas, um modelo que foi confrontado por Lula e Dilma e agora retorna. “As políticas públicas estão comprometidas de maneira avassaladora”, disse ele.
Outra discussão importante, segundo Reginaldo, é o desmonte da educação.”Vamos discutir o desmonte da educação sobre as universidades: 0% de investimentos nas universidades. desmonte total do fies, e total estagnação investimento da escola básica”, disse ele.
“É um momento que tem que enfrentar problemas antigos, e, ainda, enfrentar problemas novos, do século XXI.Então mais do que falar, é um momento do presidente ouvir, para que a gente possa juntos a partir da nossa experiência e legado, possa preparar um novo programa para o século XXI” afirmou o deputado.
Da Redação da Agência PT de Notícias
A região do Vale do Aço, em Minas Gerais é um dos exemplos que como os governos de Lula e Dilma incentivaram a economia, com grade impacto na indústria.
Em 2011, a principal cidade da região, Ipatinga, chegou a ter 38 mil postos de trabalho na indústria e em 2014 o setor era responsável por 3,6 bilhões de reais no PIB da cidade. Entre 2010 e 2013, o PIB por habitante cresceu de R$ 31 mil para R$ 36 mil, segundo dados do IBGE.
A Usiminas, que já foi uma empresa estatal – privatizada no governo de Fernando Henrique Cardoso – chegou a ter 17 mil empregados e hoje não chega a 7 mil postos de trabalho.
Hoje a cidade vive um momento de crise, com altas taxas de desemprego, e os trabalhadores locais traçam um paralelo com o período FHC, quando as empresas demitiram milhares de funcionários após as privatizações.
“Foi lamentável no período FHC, as privatizações”, afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Timóteo e Coronel Fabriciano (Metasita), Antonio Marcos Martins, que atua na região metropolitana de Ipatinga.
“Com a privatização, vimos demissão em massa, pais de família saindo de casa, deixando a cidade, deixando aqui seus lares. Foi um caos para o nosso Vale do Aço. Vimos aqui a economia, o mercado, lojas, fechando portas, vivemos momento de muita angustia, de tristeza e incertezas”.
O vice-presidente do Metasita, Sebastião Condé, acrescenta que “foram terceirizando os funcionários, a cidade foi ficando fantasma porque as pessoas perderam os empregos, tiveram que sair daqui, a economia da cidade foi caindo”.
Segundo Martins, o cenário se alterou após a eleição de Lula. “Graças a Deus ressurge uma luz com a chegada do Lula em 2003. Nós vimos aí uma ascensão, vimos investimentos aqui do BNDES, nas nossas empresas locais, gerando mais emprego”
“Nós vimos a alegria dos trabalhadores e trabalhadoras do vale do aço, mas também do Estado de Minas Gerais e de todo o Brasil”, relembra o sindicalista.
“Vivemos um apogeu da economia, uma época de quase pleno emprego na era do governo Lula e também no governo Dilma. O trabalhador tinha o seu salário, comprava a sua moto, seu carro, adquiria bens, melhorava a sua casa, viajava”.
“A gente via com muito orgulho um metalúrgico, um trabalhador chegando à presidência do Brasil e fazendo com que os desiguais, o povo pobre, tivessem um pouco de ascensão aos bens materiais que muitas vezes eram exclusivos a uma classe de elite”.
Para Luis Carlos Lima, trabalhador do sindicato Metasita que foi metalúrgico por 16 anos, “tivemos um período no Vale do Aço, de muita dificuldade antes da era Lula, e quando foi no ano de 2002, conseguimos a conquista que era almejada por muitos. Quando o PT, na pessoa do presidente Lula, ganhou as eleições e começou a governar, pude ver durante todo meu tempo de vida, que tenho entendimento como pessoa, foi o período que vi o povo ter vez e voz”.
“O pobre teve acesso às coisas que antes eram acessíveis somente a elite. Durante o período que o PT esteve no governo, o povo teve o direito de ser feliz, mas infelizmente isso incomodou muito as elites, que estavam ali acostumadas a explorar o pobre sem dar direito algum do pobre ter acesso às coisas. Incomodou muita gente ver o pobre lotando os aeroportos, andando de carro, coisas que antigamente era inacessíveis”.
Na visão de Lima, “com o incomodo articularam o golpe para tirar o governo legítimo da presidenta Dilma, que estava dando sequência ao governo do Lula, dando vez e voz para o povo”.
“Aí colocaram o golpista traidor do Michel Temer para entregar todo o nosso país nas mãos dos estrangeiros, como temos visto aí. O pobre está perdendo todo o direito de comer, se olharmos para as coisas mínimas, um bujão de gás está caminhando para R$ 100, aonde um pobre que ganha um salário mínimo vai poder comprar o gás, pagar aluguel, fazer a compra para sustentar sua família”.
O presidente do sindicato, Martins, avalia que “novamente voltamos ao retrocesso do período FHC. Agora voltamos a era da recessão, gerando desemprego, a economia ruim, uma incerteza, os trabalhadores do Vale do Aço desempregados, sem oportunidades e esperança de ter um emprego”.
“Muitas pessoas saíram à rua contra a corrupção e na verdade tiram uma presidenta eleita, honesta, que continuava o governo do Lula dando vez e voz ao povo pobre brasileiro”.
Para Antonio Carlos Alves Miguel, que trabalha com acabamento de Inox, “teve uma época do FHC, eu lembro que tinha um negócio do vizinho ter que pedir canequinho de arroz, de coisas emprestadas, aí chegou o Lula e isso acabou, o trabalhador teve condições de comprar seu carro, sua moto, viver melhor, comprar sua casinha”.
Ele relembra que “quando chegou no governo, o FHC começou a detonar nosso país. Com a chegada do Lula foi organizando, a Dilma chegou e continuou na organização, agora chegou esse governo Temer e voltou a detonar”.
“No Lula melhorou a classe média baixa, foi melhorando. Agora com o governo Temer acabou, está detonando a classe média baixa, está jogando no chão, porque o governo Temer é governo de rico, de empresário”.
Por Pedro Sibahi, enviado especial à caravana Lula pelo Brasil em Minas Gerais, para a Agência PT de Notícias