Partido dos Trabalhadores

MP: Queiroz demitiu ex-mulher de miliciano para encobrir Flávio

Investigações revelaram mensagens trocadas entre Fabrício Queiroz e Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, que trabalhou no gabinete do filho de Jair Bolsonaro

PT na Câmara

Mais um capítulo da novela Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Fabrício Queiroz. Dessa vez, as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro revelaram que Queiroz foi quem demitiu a ex-mulher do miliciano “Capitão Adriano” que, na época, trabalhava no gabinete de Flávio, então deputado estadual. A demissão ocorreu para tentar esconder a ligação do filho de Jair Bolsonaro com milicianos.

De acordo com reportagem do O Globo, no dia em que as investigações sobre as movimentações milionárias entre Flávio e Queiroz tornaram-se públicas, em dezembro de 2018, o ex-assessor de Flávio demitiu, por meio do Whatsapp, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, ex-mulher de Adriano Magalhães da Nóbrega. Mais conhecido como “Capitão Adriano”, ele é chefe de uma quadrilha de milicianos do Rio de Janeiro e mantém relação de amizade com a família Bolsonaro.

Na troca de mensagens, Queiroz chegou a pedir também para que Danielle evitasse utilizar o sobrenome do miliciano para não levantar suspeitas na mídia.

Segundo os investigadores que tiveram acesso às mensagens, a “funcionária” exonerada reclamou que perderia o dinheiro que recebia pelo cargo e questionou sobre receber outro tipo de “ajuda”. Queiroz orientou para que não tratassem desse assunto por telefone.

Danielle recebia uma espécie de pensão alimentícia, já que, de acordo com o Ministério Público, ela não exercia nenhuma função de assessora parlamentar e nem sequer tinha um crachá da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). O “salário” dela era de R$ 6.490,35, ficando mais de uma década lotada no gabinete de Flávio recebendo mensalmente esse valor.

Sem respostas

 

Depois de três meses desaparecido, Queiroz foi visto no dia 30 de agosto no Morumbi, bairro paulistano de alto padrão. A descoberta do paradeiro, no entanto, só aumentou o número de perguntas sem respostas envolvendo o ex-assessor de Flávio Bolsonaro e as graves denúncias de lavagem de dinheiro que recaem sobre ele.

Não se sabe até agora como Queiroz consegue bancar os custos do aluguel em um dos bairros mais caros de São Paulo e o tratamento contra o câncer no Hospital Albert Einstein mesmo desempregado – só o valor da cirurgia na renomada instituição foi de R$ 140 mil.

Enquanto Queiroz e os Bolsonaros evitarem falar sobre tudo o que escondem, as perguntas de sempre devem ser repetidas à exaustão, para que o povo brasileiro não fique sem resposta sobre o uso indevido do dinheiro público.

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações do O Globo