Preso, miliciano homenageado por Flávio Bolsonaro ameaça testemunhas

Juiz da IV Tribunal do Júri determinou transferência dos PMs Ronald Pereira e Mauricio da Costa por ameaçarem testemunhas de Rio das Pedras

A justiça do Rio de Janeiro determinou, nesta sexta-feira (1º), a transferência de dois milicianos, homenageados por Flávio Bolsonaro (PSL), para um presídio federal de segurança máxima fora do estado, por ameaçarem moradores de Rio das Pedras, na Zona Oeste. Segundo denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da 23ª Promotoria de Investigação Penal do Ministério Público do Rio, os dois estariam ameaçando as pessoas que estão colaborando com as investigações, segundo o jornal O Globo.

O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira e do subtenente reformado Mauricio Silva da Costa, o Maurição, foram presos na Operação Intocáveis, no dia 22 de janeiro. Os dois são acusados de comandar a milícia de Rio das Pedras, a principal e mais antiga organização criminosa de paramilitares do Rio, que teria envolvimento na grilagem de terras, na construção, venda e locação de imóveis na região, além de crimes como agiotagem e extorsão de moradores e comerciantes.

Ainda de acordo com O Globo, o subtenente reformado é apontado, inclusive, como mandante do homicídio de um morador. A coordenadora do Gaeco, Simone Sibílio, não descartou, inclusive, a participação dos milicianos no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do seu motorista Anderson Gomes.

As investigações do Ministério Público apontam que alguns dos membros da milícia de Rio das Pedras integram o Escritório do Crime, organização criminosa especializada em praticar assassinatos por encomenda. O Gaeco solicitou a transferência do major e do subtenente após receber informações da inteligência do MP de que os dois estariam recebendo a visita de um policial militar, sobrinho de Maurição.

O relatório de inteligência aponta que o parente estaria levando informações de dentro da comunidade para os detentos, visando constranger moradores de Rio das Pedras que estivessem colaborando com as investigações.  De acordo com a Promotoria, um dos foragidos é o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como um dos chefes e o mais perigoso da quadrilha.

A mãe do ex-capitão, Raimunda Vera Magalhães, e a esposa Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Raimunda, inclusive, aparece no relatório do Coaf como uma das remetentes de depósitos para Fabrício Queiroz, ex-motorista de Flávio.

Segundo o documento, Raimunda depositou R$ 4,6 mil na conta de Queiroz. Ela aparece na folha de pagamento da Alerj com salário líquido de R$ 5.124,62. Danielle foi lotada no gabinete com o mesmo salário da sogra. Elas foram exoneradas após as eleições de 2018.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do O Globo

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