Acharam o Queiroz, só não encontram punição para esquema com Bolsonaro

Despreparado presidente e seus filhos seguem na escalada de ódio e retrocessos enquanto enganam seu próprio eleitorado ao não dar explicações sobre lavagem de dinheiro

Reprodução

Fabrício Queiroz

A procura por Fabrício Queiroz chegou ao fim nesta sexta-feira (30) após três meses de um providencial desaparecimento. O motorista milionário e pivô de um escândalo que ainda pode arruinar a “monarquia bolsonarista” foi encontrado no Morumbi, bairro paulistano de alto padrão que escolheu para viver. A descoberta do paradeiro, no entanto, só aumenta o número de perguntas sem respostas envolvendo o ex-assessor de Flávio Bolsonaro e as graves denúncias de lavagem de dinheiro que recaem sobre ele.

Com o paradeiro revelado, também seria de bom tom que o próprio Queiroz ou, quem sabe, Flávio Bolsonaro explicasse como ele tem conseguido bancar os custos dos altíssimos alugueis do Morumbi e o tratamento contra o câncer no Hospital Albert Einstein mesmo desempregado – só o valor da cirurgia na renomada instituição foi de R$ 140 mil.

Não chega a causar surpresa que uma gestão marcada por retrocessos, retiradas de direitos, ataques a países antes parceiros e discurso de ódio contra todo e qualquer adversário político se disponha a dar explicações não só ao eleitorado como à Justiça.

Eleito a base de fake news e sob o oportunista mantra do combate à corrupção, o governo tenta a qualquer custo se desvincular do caso. O que se sabe é que, passados quase nove meses desde que assumiu o cargo mais alto da República, o inepto presidente e seus filhos adestrados são exemplos claros de estelionato eleitoral ao levar a cabo práticas ultrapassadas e que contradizem o seus próprios discursos.

Enquanto Queiroz e os Bolsonaros evitarem falar sobre o tema, as perguntas de sempre devem ser repetidas à exaustão, conforme você verá a seguir.

Por que Bolsonaro quer destruir órgãos como o Coaf?

As ameaças de intervenção do presidente Bolsonaro em órgãos de controle e investigação, como Receita Federal, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e Polícia Federal(PF) não deixam dúvidas sobre quais as verdadeiras pretensões do presidente no cargo: a interferência política, inédita desde a reabertura democrática, instalou nova crise (mais uma no lamaçal em que se encontra o governo) e, de quebra, fortalece a hipótese de que Bolsonaro fará de tudo para evitar que tais órgãos atinjam a sua família.

Ao menos num ponto é preciso reconhecer a coragem de Jair Bolsonaro: sem qualquer vergonha na cara, declarou no início de agosto que queria vincular o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ao Banco Central para tirá-lo “do jogo político”. Não é preciso ser nenhum especialista para entender que a medida tinha o objetivo de evitar que os dados coletados pelo órgão, responsável pelas investigações sobre supostos crimes cometidos por Flávio e Queiroz, atingisse o seu governo.

Agora encontrado, Queiroz dá explicações à Justiça?

Embora tenha admitido que recolhia parte dos salários dos funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro, Queiroz ainda não explicou as transações de compra e venda de veículos e outros produtos que diz ter feito com o dinheiro arrecadado de outros assessores.

Para a promotoria,  Queiroz não conseguiu esclarecer as movimentações financeiras atípicas de R$ 1,2 milhão detectadas pelo Coaf entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017 na conta bancária dele e existem indícios robustos de que o ex-assessor tenha participado de uma organização criminosa montada no gabinete de Flávio na Alerj. Segundo o MP do Rio, Queiroz fez saques em dinheiro no valor de R$ 661 mil em apenas 18 meses, entre janeiro de 2016 e junho de 2018.

Quais as consequências da paralisação das investigações pelo STF?

A apuração do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre movimentações financeiras suspeitas do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL), foi paralisada por decisão do ministro Dias Toffoli, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).  A decisão vai afetar os todos os inquéritos tramitando em todas as instâncias da Justiça.

A medida gerou forte reação de todo o Judiciário. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), por exemplo,  declarou que o entendimento do ministro prejudica as investigações contra o crime organizado e mesmo ações terroristas. “O tema do compartilhamento de dados sigilosos entre órgãos de controle (Receita Federal, Banco Central e Coaf) foi objeto de inúmeras decisões judiciais, inclusive do STF, e a própria literatura anticrime internacional aborda o assunto por meio de uma série de recomendações”, afirma um trecho do comunicado.

Enquanto a revisão da decisão não acontece, Flávio e Queiroz comemoram o adiamento das investigações e o povo brasileiro segue sem respostas.

Da Redação da Agência PT de Notícias

 

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