O Partido dos Trabalhadores (PT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) manifestam solidariedade ao deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) pelas agressões sofridas por ele no último domingo (17) e expressam publicamente seu apoio ao parlamentar. Na Câmara, ao justificar seu voto contra o golpe, ele foi vítima de homofobia por parte do parlamentar Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Em entrevista coletiva concedida após reunião do Diretório Nacional, o Presidente Nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que o partido oferece sua total “solidariedade ao parlamentar Jean Wyllys pelas agreções que ele recebeu”. Em nota, a CUT escreveu: “Reafirmando nosso compromisso com a defesa dos direitos humanos, reiteramos nossa solidariedade ao Deputado Federal Jean Wyllys (…) não só repudiamos, mas exigimos que o execrável deputado (Bolsonaro) seja submetido a processo de cassação”.
Após a votação, Jean Wyllys relatou o que aconteceu no plenário: “Temer e a oposição de direita, o deputado fascista viúva da ditadura me insultou, gritando “veado”, “queima-rosca”, “boiola” e outras ofensas homofóbicas e tentou agarrar meu braço violentamente na saída. Eu reagi cuspindo no fascista. Não vou negar e nem me envergonhar disso. É o mínimo que merece um deputado que “dedica” seu voto a favor do golpe ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-CODI do II Exército durante a ditadura militar”.
De acordo com a assessoria de comunicação do deputado, depois de declarar seu voto, Bolsonaro ainda gritava “Tchau, querida!” para Wyllys. “Essa última frase (que foi registrada em vídeo), na qual ele se refere ao deputado Jean no feminino, é um claro exemplo da conduta quotidiana de Bolsonaro: tratar um homossexual no feminino de forma debochada e irônica é uma conduta clássica de todos os homofóbicos e machistas!”, explicam.
Não são recentes as tentativas de deslegitimar o trabalho do deputado, alvo de inúmeros boatos: chamado de defensor da pedofilia e até de autor de projeto de lei para “mudar trechos da Bíblia” ou “obrigar as crianças a mudar de sexo”. Segundo o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), são frequentes as manifestações de desrepeito de Bolsonaro nas reuniões das comissões da Câmara. Já se ouviram insultos como “bichinha”, “veado”, “queima-rosca”, entre outras ofensas homofóbicas.
Wyllys se posicionou contra o impeachment por argumentar que o processo “não tem outro nome: é golpe parlamentar (…) e articulado por um gângster, deveria ser um escândalo”. O deputado lembrou que os oposicionistas, ao fazerem a defesa do impedimento, não falam das pedaladas fiscais, mas atacam as políticas sociais implementadas pelos governos petistas, como a criação de cotas, aberturas de vagas nas universidades, abertura de diálogo com a comunidade LGBT, políticas públicas para mulheres e diálogo com as juventudes periféricas.
Nesta quinta-feira (21), Jean Wyllys publicou um vídeo em seu perfil no Facebook para mostrar por que a conduta de Bolsonaro não pode ser tolerada na Câmara. Veja:
O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) já manifestou sua indignação com as declarações de Bolsonaro e está trabalhando para pedir a cassação de seu mandato. Outras instituições já repudiaram o comportamento do deputado do PSC, como, por exemplo, OAB/RJ, Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça.
Clique aqui para ler a Resolução Política do Diretório Nacional do PT.
Leia abaixo a íntegra da moção de solidariedade da CUT:
A Central Única dos Trabalhadores-CUT, diante dos fatos ocorridos na sessão da Câmara Federal no último domingo e do constante ataque das forças conservadoras e fascistas que ao Deputado Federal Jean Wyllys vem sofrendo, afirma sua total solidariedade ao combativo parlamentar.
Quanto a sórdida homenagem feita pelo Deputado Jair Bolsonaro (PSC/RJ), evocando a memória do torturador Brilhante Ustra em seu voto favorável ao golpe, afrontando à dignidade humana e fazendo apologia aos crimes que foram cometidos durante a ditadura militar, não só repudiamos, mas exigimos que o execrável deputado seja submetido a processo de cassação.
Assim, reafirmando nosso compromisso com a defesa dos direitos humanos, reiteramos nossa solidariedade ao Deputado Federal Jean Wyllys.
Da Redação da Agência PT de Notícias