Enquanto a inflação do país segue nas alturas devido à má gestão econômica do governo de Bolsonaro, o salário de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros sofre queda. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Previdência, o salário médio de contratação no mês de julho no Brasil está menor do que há um ano.
O resultado da desvalorização dos salários no país, da precarização do trabalho e do descaso de Bolsonaro com a qualidade de vida do povo é esse: o trabalhador leva pra casa um salário médio de R$ 1926,54.
Os dados mostram que o salário médio de contratação no país em empregos com carteira assinada foi de R$ 1.926,54 em julho de 2022, contra R$ 1.982,55 pagos no mesmo mês do ano passado, com redução de 2,82%.
Na contramão de um governo que deveria prezar pela evolução salarial, os salários iniciais dos trabalhadores e trabalhadoras seguem menores que as remunerações dos profissionais que saem dos empregos.
Em julho, o salário médio real de demitidos foi de R$ 1.988. Ou seja, 3,17% acima do salário médio de contratação (R$ 1.927).
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Falta de reajuste salarial
Massacrados pela falta de reajuste real do salário mínimo e com a alta da inflação, o trabalhador brasileiro sofre com contratações por valores menores do que os pagos no ano passado.
Nos bons tempos do PT, ao contrário do governo de Bolsonaro, o salário mínimo batia a inflação. De 2004, quando o valor do salário mínimo era de R$ 260,00, a 2016, a política de valorização do salário mínimo adotada pelos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff promoveu aumento real de 74,33% nos rendimentos. Se nesse período tivesse sido aplicada a política de Bolsonaro e seu ministro-banqueiro Paulo Guedes, o piso nacional em janeiro de 2020 teria sido de R$ 599.
Esse enfrentamento de baixa salarial geral soma-se, ainda, ao aumento no preço dos alugueis, dos alimentos e de combustíveis.
Em um cenário desolador de perda de renda com subtração de R$ 18 bilhões dos salários em dois anos, de desemprego e carestia no Brasil, o que resta para o povo trabalhador é o trabalho informal. Uma pesquisa do IBGE apontou que em julho houve uma explosão de informalidade.
O número de trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e por conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares (39,3 milhões), foi o maior da série histórica desse indicador específico, iniciada em 2015.
79% das famílias estão endividadas
A crise está tão severa que, para pagar as contas, a população precisa antecipar o salário do mês seguinte.
Com aproximadamente 79% das famílias endividadas e inflação que não dá trégua, a saída tem sido recorrer à antecipação para pagar as contas e as dívidas de hoje.
Uma reportagem publicada pelo O Globo, aponta que o povo não quer ficar com o nome sujo na praça e usa a estratégia de antecipação salarial em uma financeira que oferece o serviço. O resultado foi o crescimento de 200% no primeiro semestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
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Legado do PT pelo povo trabalhador
Lula provou que o país pode crescer tratando bem o povo trabalhador. Nos oito anos em que foi presidente, ele criou mais de 15 milhões de empregos com carteira assinada. E, depois, Dilma criou outros 6 milhões.
Com Lula, o desemprego caiu quase pela metade, e o salário mínimo passou a ter aumento acima da inflação todos os anos.
No tempo de Lula e Dilma, o rendimento médio do trabalho das pessoas de 15 anos ou mais, medido pela PNAD/IBGE, cresceu 18%, em termos reais.
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Da Redação, com informações do Caged e G1