‘Lista de Furnas’ entra na pauta de Janot

Procurador convoca parlamentares mineiros para discutir pedido de abertura de inquérito contra Aécio Neves; em Minas auditoria sobre tucanato é cercada de sigilo

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Lista registra repasses de R$ 5,5 mi a Aécio Neves; outros tucanos também teriam sido beneficiados

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confirmou audiência com deputados do PT para tratar dos indícios que relacionam o candidato derrotado à Presidência, senador Aécio Neves (PSDB-MG), em irregularidades praticadas por meio de Furnas Centrais Elétricas, em Minas Gerais. O deputado Padre João (PT-MG) confirmou o encontro para a manhã desta terça-feira (31), na sede da Procuradoria-Geral da República.

Além de se manifestar sobre a Lista de Furnas, Janot deve dar uma resposta ao requerimento que o deputado Padre João e outros dois parlamentares petistas, o federal Odelmo Leão e o estadual Rogério Correia, ambos de Minas, apresentaram à PGR, no dia 19 de março.

Com base nas investigações da Operação Lava Jato e no inquérito que tramita no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro sobre a chamada “lista de Furnas”, uma relação que aponta beneficiários de um esquema de desvio de recursos da estatal, os três parlamentares deram entrada ao pedido de abertura de inquérito contra o senador Aécio Neves, no âmbito das delações premiadas do doleiro Alberto Rousseff. O doleiro é um dos denunciados na operação que investiga irregularidades na Petrobas.

Ao mesmo tempo em que os petistas tentam avançar nas investigações contra Aécio no âmbito da PGR, em Minas um silêncio profundo antecede o anúncio do balanço de 90 dias e o resultado das auditorias do governador Fernando Pimentel contra os 12 anos de gestão tucana no estado de Minas.

As investigações sobre os 12 anos do PSDB no poder ganharam força após a equipe do novo governador detectar, em fevereiro, que seu antecessor Alberto Pinto Coelho (da coligação PSDB-PP) – vice e sucessor do senador Antônio Anastasia – escondeu um rombo de R$ 1,15 bilhão nas contas do estado.

Pinto Coelho determinou, sem qualquer alerta ou prévia comunicação às instâncias de controle do estado, a suspensão do pagamento já autorizado de dívidas, semanas antes da transmissão do cargo a Pimentel.

Na semana passada a votação do orçamento de Minas contemplou a inclusão da dívida deixada por Pinto Coelho com fornecedores. A pedido de Pimentel, o pagamento foi incluído no orçamento como restos a pagar de 2014, uma afronta à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Há mais de um mês já se sabe, por manifestação do próprio Pimentel, que o resultado das investigações vai estremecer a credibilidade do ex-governador Aécio Neves como administrador e colocar todo o discurso de eficiência e competência gerencial tucana mais uma vez em xeque.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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