“2025 é o ano do Lula”, garante Lindbergh Farias
Em entrevista à Folha, deputado federal e líder do PT na Câmara disse que presidente deve se conectar à agenda do povo neste ano. “É Lula sendo Lula”
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O deputado federal Lindbergh Farias (RJ), líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, concedeu entrevista à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. A conversa foi publicada neste domingo (16) pelo jornal. Sobre a economia do país, o parlamentar defendeu as políticas do governo Lula e argumentou que o presidente deve se conectar às pautas populares em 2025.
“A minha linha agora é que esse ano de 2025 é o ano do Lula. É Lula sendo Lula. É Lula falando da vida do povo, é o Lula do Pé de Meia, é o Lula do crédito ao trabalhador, que vai beneficiar 40 milhões. É o Lula do vale gás, é o Lula da isenção do Imposto de Renda”, elencou Lindbergh.
O líder do PT na Câmara afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisa insistir em expor à população o desempenho positivo da economia nos últimos dois anos, já que os especuladores do mercado financeiro apostam diuturnamente contra Lula. Para Lindbergh, Haddad pode “entrar para a história como um dos grandes ministros da Fazenda deste país”.
“Eu sempre disse que o Haddad tem que falar mais dos números da economia. Diziam que cresceríamos 0,8% [ao ano], e crescemos 3,2% em 2023. Falavam em 1,5% em 2024, e crescemos 3,4%. Essa turma do mercado torce contra. É uma luta diária contra [o governo]”, lamentou, antes de falar da redução das desigualdades sociais, marca das administrações petistas.
“A renda do trabalhador no primeiro ano [de governo] cresceu 11%, e 5% no segundo, em termos reais. O investimento voltou a subir. Tiramos 24 milhões de pessoas da pobreza. O desemprego está no menor nível desde 2012. É o momento da pauta popular. Haddad tem que falar é sobre isso”, acrescentou.
Responsabilidade fiscal
Lindbergh também elogiou os esforços fiscais do governo, o que coloca o Brasil entre os três países do mundo que mais cortaram gastos em 2024, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ainda assim, o deputado não espera que o mercado financeiro venha a reconhecer a responsabilidade de Lula com as contas públicas.
“O mundo inteiro está em déficit desde a época da pandemia. A China, no ano passado, segundo o FMI, teve déficit de 6,4%, a França, de 4,17%, os EUA, de 3,68%. Até mesmo a Alemanha, que é rigorosa na questão fiscal. Só a Argentina e a Itália fizeram um esforço fiscal maior que o nosso. Mas o mercado não reconhece isso”, apontou.
O parlamentar traduziu em números o comprometimento da Fazenda com a questão fiscal. “Tivemos um déficit de 2,4% do PIB em 2023. Caímos para 0,1%. É um esforço fiscal gigantesco”, destacou.
Trabalho em sintonia
Questionado sobre a chegada da ex-presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, ao governo federal como a nova encarregada do diálogo junto ao Congresso, Lindbergh aproveitou para desmistificar algumas narrativas equivocadas ventiladas pela imprensa. De acordo com ele, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) trabalhará em sintonia com Haddad, em benefício da economia.
“Existe uma outra Gleisi, com capacidade de articulação, que fez aliança ampla e conduziu a campanha do Lula de 2002. Eu sabia disso há muito tempo, e o presidente Lula também. Ela é considerada uma mulher firme que fala o que faz, não enrola. A Gleisi vai ser uma bela surpresa”, antecipou.
Da Redação, com Folha de S.Paulo